segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Presidente da Câmara Municipal de Ipirá fala ao Conexão Chapada

O programa Conexão Chapada começou os trabalhos em 2017 na manhã desta segunda, 30, e contou com a participação do presidente da Câmara Municipal, Divanilson Mascarenhas. Na oportunidade, o vereador mostrou tom otimista quanto às conversas até então encaminhadas, entre Legislativo e Executivo, inclusive com representantes da oposição, para se discutir uma Ipirá melhor.

Temas importantes foram abordados, a exemplo do matadouro. “Dias atrás estivemos no matadouro, com o prefeito Marcelo. Há o interesse da prefeitura em colocar o matadouro para funcionar”, disse o vereador.

A casa dos estudantes também foi outro importante tema abordado. Na semana passada, a situação estrutural da casa já havia sido debatida durante a sessão da Câmara. O vereador explicou na entrevista de hoje que os colegas votaram (os que votaram favoravelmente), de forma equivocada, uma emenda no valor de R$ 930.000,00 pra demolição e reconstrução da casa dos estudantes, antes mesmo de um laudo técnico que apontasse as reais condições do local.

De acordo com o vereador, isso gerou mais debates e, já de posse do laudo técnico, este mostrou que não teria necessidade da demolição, mas sim de uma reforma ampla. À época, o ex-prefeito Jota vetou essa emenda. Contudo, isso não impede que o atual gestor possa fazer uma reforma na casa. “O prefeito pode usar os recursos locados na infraestrutura e investir na casa do estudante, não tem problema nenhum”, afirmou o vereador. Amanhã haverá nova reunião na Câmara para tratar do assunto.

sábado, 28 de janeiro de 2017

Jornalismo comunitário

        “Eu quero até saber... manda aí pra gente através do zap ou facebook... é importante que a comunidade se pronuncie!” Essas são palavras do prefeito Marcelo Brandão, nessa sexta-feira, 27, em seu novo programa na rádio Ipirá Fm, quando versava sobre a necessidade de que a comunidade ipiraense se posicionasse a respeito da prestação dos serviços públicos locais.
        Todo cidadão pode, hoje, falar aos quatro ventos, aquilo que bem entende, inclusive sobre coisas que nem sempre compreende bem, da forma que lhe for conveniente, algumas vezes sob os cuidados necessários para não incorrer em ofensas e difamações, quando o comentário for de cunho pessoal. Essa é a tônica da comunicação entre as pessoas, no mundo conectado de hoje, diante da contínua sucessão de coisas e assuntos, em debate permanente e em tempo real. Por um lado, toda essa facilidade para qualquer um se expressar, ajuda na tomada de conhecimento dos fatos, sim. Por outro lado, a veracidade ou o fundamento de determinadas informações circulantes, são requisitos caros à boa notícia, e que demandam cuidados em sua averiguação. Isso, é claro, não deixa de contribuir para externar os anseios de determinada comunidade, no que diz respeito às carências e insatisfações do meio em que vive.
        Desse modo, se tivesse que falar em jornalismo local engajado nas causas sociais ipiraenses, jornalismo comunitário seria o “modelo” mais coadunado com os padrões da cidade, mas que também estaria atrelado às restrições de seu exercício por aqui, como ocorre em tantas outras cidades de pequeno porte. Fato que pode significar para alguns, a quase impraticabilidade deste serviço. Mas, sem querer enveredar pelas nuances do fazer jornalístico, o que caberia em artigo mais extenso, é válido atinar para algumas peculiaridades desta “espécie” de comunicação, objeto desse texto.
        Em relação ao jornalismo comunitário, dada a sua escassez pelas cidades do interior do Brasil, a literatura acadêmica chega até mesmo a trabalhar com a hipótese de sua inexistência, com exceção de poucos. José Marques de Melo, primeiro doutor em jornalismo titulado por universidade brasileira, afirmou certa feita que “uma imprensa só pode ser considerada comunitária quando se estrutura e funciona como meio de comunicação autêntico de uma comunidade. Isto significa dizer: produzido pela e para a comunidade”. A originalidade do tipo jornalístico em questão, portanto, reside justamente nesta afirmação de Marques de Melo. Atenção especial quando se refere à produção pela comunidade, porque o para a comunidade, é o objetivo de todo veículo de informação.
        Inovar editorialmente, com uma cobertura de temas mais ajustados com as aspirações comunitárias, é de fato um grande desafio, que envolve dentre tantas outras coisas, o que a pesquisadora Beatriz Dornelles vislumbra como “a política de vizinhança, a solidariedade, o coletivismo, os valores, a moral, a fé religiosa, o respeito humano e a cultura de pequenas populações...”. Ainda que essas características possam deixar subentendida uma verdadeira miragem aqui em Ipirá, onde historicamente dois grupos sucederam um ao outro, criando legiões de seguidores, que normalmente confrontam-se com troca de farpas, alimentando antipatias de forma recíproca; seriam estas algumas das condições para que realmente se efetivasse uma produção de matérias em favor da cidade, próximas de um equilíbrio mais sustentável e condizente com a imparcialidade tão cobrada no meio jornalístico.
        A vontade de ver a cidade de Ipirá se desenvolver, tomar um novo rumo, com novas perspectivas de avanço, principalmente agora com o início de uma nova gestão administrativa, ao mesmo tempo em que revitaliza o sentimento de cidadania, ancorado no slogan “Orgulho de viver aqui”, também reclama uma vigilância por parte da comunidade, no acompanhamento dos projetos e ações que atendam aos seus anseios. Com uma mentalidade pautada nesse ideal de coletividade, com a livre iniciativa de todos, inclusive com a observância dos diferentes matizes políticos e ideológicos, assim seria exequível um projeto mais abrangente de comunicação voltada para a comunidade ipiraense, que pudesse situá-la de forma mais atuante e esclarecida sobre a realidade em que está inserida.
        Então, fica a dica. Aliás, o prefeito ainda está sem nome para o programa no rádio e não quer nada que seja repetitivo. Também quer algo onde a comunidade esteja participando, conversando sempre. “O povo tem que estar no comando”, frisa o prefeito. Sugestões? A deixa foi apresentada, organizemo-nos.

Diogo Souza
Graduado em Comunicação Social / Jornalismo

quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Prefeito discute requalificação do centro de abastecimento com feirantes

A imagem pode conter: 2 pessoas, pessoas sentadas e sapatos

A operação choque de ordem terá um importante desdobramento a partir do próximo mês, com o foco direcionado para o centro de abastecimento, assim garantiu na tarde dessa quinta-feira, o prefeito Marcelo Brandão, em reunião com os comerciantes da feira livre de Ipirá, que aconteceu no Centro Cultural Elofilo Marques. O encontro transcorreu em forma de bate-papo direto, com o próprio prefeito dirigindo-se ao participante e ouvindo a sua reclamação ou sugestão.  

De acordo com o prefeito, a médio prazo a feira deverá ser toda concentrada no centro de abastecimento, e quando o projeto de requalificação for apresentado, dentro de 30 a 40 dias, todo mundo assinará um documento como demonstração de que concordam com o projeto. As obras serão iniciadas imediatamente após a apresentação do mesmo, e quando o centro estiver requalificado, os próprios comerciantes poderão sugerir uma taxa, para que haja manutenção e o local permaneça decente. Antes mesmo desse projeto começar a ser executado, agora no mês de fevereiro o centro deverá passar por uma limpeza geral.

A proposta desse primeiro encontro, foi a de alinhavar as ideias tanto da administração, quanto as dos feirantes. “As opiniões daqui, em sua maioria, são as mesmas opiniões de quando estamos reunidos com o prefeito e com a equipe de administração. Assim temos a certeza de que as coisas acontecerão muito mais rápido do que a gente imagina e do que vocês esperam, porque o pensamento é o mesmo. As ideias que foram dadas e o projeto que a administração tem, são compartilhados”, assim agradeceu o secretário de Administração, Sandro Cintra. O secretário de Infraestrutura, Frank Jewell, também agradeceu pela compreensão das primeiras medidas e espera que melhore ainda mais com as propostas discutidas, para que todos ganhem com as mudanças.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

PREFEITO DE IPIRÁ ASSINA PROTOCOLO DE INTENÇÕES PARA A FORMAÇÃO DO CONSÓRCIO DE SAÚDE NA BAHIA


 
O prefeito de Ipirá Marcelo Brandão e mais 27 municípios da região de Feira de Santana, participou do ato de assinatura do protocolo de intenções para a criação do novo consórcio de saúde na Bahia.
O encontro aconteceu nesta quinta-feira (19), onde prefeitos e representantes das cidades se reuniram com o governador Rui Costa no Centro Administrativo da Bahia (CAB), em Salvador, onde assinaram o protocolo de intenções para a formação do consórcio.
Na oportunidade, Rui também autorizou o processo de licitação para construir a policlínica daquela região, em Feira de Santana, com investimento estimado em cerca de R$ 23 milhões, entre obras e equipamentos. Ao todo, os municípios participantes somam mais de 1 milhão de habitantes.
Além de investir na construção da policlínica regional, o Governo do Estado arcará com 40% dos custos de manutenção da unidade de saúde. “Estamos reescrevendo páginas da política de saúde pública na Bahia. É uma construção que estamos fazendo à base de articulação e cooperação entre o Estado e municípios, para regionalizar e reorganizar a saúde pública. Um investimento que considero indispensável para dar dignidade ao atendimento das pessoas”, afirmou o governador.
Os 28 municípios que integram o consórcio são Amélia Rodrigues, Anguera, Capela do Alto Alegre, Conceição do Jacuípe, Coração de Maria, Feira de Santana, Ichú, Ipirá, Irará, Mundo Novo, Nova Fátima, Riachão do Jacuípe, Santanópolis, Santo Estevão, Serra Preta, Teodoro Sampaio, Antônio Cardoso, Baixa Grande, Candeal, Gavião, Ipecaetá, Pé de Serra, Pintadas, Rafael Jambeiro, Santa Bárbara, São Gonçalo dos Campos, Tanquinho e Terra Nova.
Na policlínica, a população dos municípios participantes terá acesso a consultas, exames e procedimentos em até 18 especialidades médicas, a exemplo de angiologista, cardiologista, endocrinologista, gastroenterologista, mastologista e neurologista. Exames e serviços como ecocardiograma, eletrocardiograma, endoscopia digestiva, colonoscopia, tomografias e ressonâncias também poderão ser realizados na unidade.
Este é o nono consórcio de saúde firmado na Bahia. Além de Feira de Santana, as regiões de Teixeira de Freitas, Jequié, Irecê, Guanambi, Camaçari/Salvador, Santo Antônio de Jesus, Valença e Alagoinhas já têm consórcios formados. Destes, quatro policlínicas estão em construção, em Teixeira de Freitas, Jequié, Irecê e Guanambi. A meta é que até 2018 mais de 5 milhões de baianos estejam sendo atendidos em policlínicas regionais.
Fonte: Caboronga Notícias com informações da Secom / Foto: Ivone Batista



sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

“A arte de qualquer forma manifestada sempre encanta”

A apresentação teatral de logo mais à noite, “Medida por Medida”, espetáculo adaptado da obra de William Shakespeare, será o primeiro grande passo para dar o upgrade nas manifestações culturais de Ipirá. Quem está à frente desse desafio, como diretora de Cultura, Esporte e Lazer do município, é a professora Marina Sodré Barreto, licenciada em Letras Vernáculas pela Uneb, pós-graduada em Metodologia da Língua Portuguesa e Literatura, especialista em Produção e Revisão de Textos. Sodré leciona na rede municipal de ensino de Ipirá e no Colégio Maria Montessori. A nova diretora gentilmente concedeu essa breve entrevista, que você acompanha a seguir.

Por Diogo Souza


Como explica sua aptidão para lidar com a arte?
Marina - Desde criança sempre fui envolvida em atividades culturais no município de Piritiba, minha cidade natal. Participava de festas de reisado, gincanas culturais, festivais da canção, bandas musicais, grupo de teatro, capoeira, enfim, as manifestações culturais sempre estiveram ligadas à minha história; mas o meu maior legado são as festas juninas e cantorias na casa de minha avó D. Eslud. 


Alguma atividade ou ramo cultural desperta seu interesse com mais afinco, ou quem gosta de cultura, por tabela gosta das artes de modo geral?
Marina - O fato de ser formada em Letras sempre faz com que a Literatura esteja presente em minha vida; mas a arte de qualquer forma manifestada sempre encanta. 


Assim que recebeu o convite, houve alguma recomendação de quais seriam as diretrizes de trabalho? Quais são?

Marina - Sim. Aceitei o convite do prefeito Marcelo Brandão que me lançou o desafio de resgatar a cultura ipiraense. Marcelo tem uma preocupação como gestor de criar novos espaços culturais, criar um calendário cultural para o município, captar recursos para desenvolvermos atividades culturais direcionadas a crianças e jovens, etc. 

É muito comum, e isso não é exclusividade de Ipirá, uma atenção menor com relação à cultura por parte do poder público, em comparação com outras áreas. Na semana passada, foram publicadas imagens do local onde deveria estar funcionando a diretoria, são imagens que denunciam o abandono que a Cultura estava vivenciando. Quais foram as impressões que estas imagens te causaram?
Marina - Quando fomos fazer uma vistoria nos primeiros dias de gestão para organizar o local, fiquei chocada com o que presenciei, as fotos falam por si. A partir de agora não há mais o que se lamentar, temos muito trabalho a fazer para reestruturar os patrimônios culturais materiais e imateriais da cidade. 



Existe uma fórmula para incrementar o gosto popular pelas atividade culturais?

Marina - Fórmulas mágicas não existem, mas podemos oferecer diversas atividades relacionadas à cultura, esporte e lazer para que a população tenha oportunidade de conhecê-las: peças de teatro, festivais, mostra de filmes, palestras, campeonatos, enfim, para apreciar cultura e arte é preciso que as mesmas sejam ofertadas livremente. 

Cultura, Esporte e Lazer permanecerão aglutinados sob sua responsabilidade, ou haverá algum tipo de separação?
Marina - A Diretoria abrange Cultura, Esporte e Lazer, com o tempo iremos estruturar todos os segmentos da diretoria. 

Do plano de governo consta a criação da concha acústica, na praça Roberto Cintra; o Festival da Juventude, como grande novidade, exaltando o Pop-Rock nacional e a MPB; o fomento à vaquejada e a Festa do Couro com maior amplitude. Estas são algumas, dentre outras ideias do novo governo. A sra. tem novos projetos para agregar aos já existentes? Quais são?

Marina - A orientação do prefeito Marcelo Brandão é materializar tudo o que foi proposto no seu plano de governo. Novos projetos surgirão ao longo do tempo. 


Já nessa quarta-feira, 11, teremos aqui na cidade o ponta pé inicial de eventos culturais no governo “Orgulho de Viver Aqui”. Fale-nos um pouco mais sobre a peça “Medida por Medida”, espetáculo adaptado da obra de William Shakespeare, grande escritor e dramaturgo inglês. Porque o público ipiraense deve prestigiar esse espetáculo?

Marina - O Grupo Teatro Popular de Ilhéus fez uma releitura linda da obra, uma comédia leve, bem estruturada, fomentada pelo governo do Estado da Bahia. Todos devem prestigiar porque estamos tendo a oportunidade de assistir um grande clássico da literatura.
Primeira semana da nova administração em Ipirá

Nessa primeira semana do governo “Orgulho de viver aqui”, o prefeito Marcelo Brandão iniciou os trabalhos com a benção de religiosos; já colocou o célebre capacete em visita às obras pelo interior do município; definiu o 1º escalão da equipe de trabalho; participou de seminário sobre administração pública; viajou à cidade vizinha de Pintadas, para participar de assembleia do Consórcio Público da Bacia do Jacuípe; e também tomou medidas que já anunciara, dentre elas o ruidoso choque de ordem, que a princípio incumbe-se de fazer uma espécie de “faxina” na cidade.

A propósito de limpeza, também foram publicadas imagens estarrecedoras do espaço destinado aos interesses da cultura, esporte e lazer locais. Imagens de abandono e descaso que mostram semelhante grau de depreciação com as já publicadas sobre o hospital. Isso reflete em choque também, e já apresenta a necessidade de restauração dessa área, tão questionada sobre a atenção que recebe do poder público. Para que isso ocorra, será necessário prover esse ambiente da estrutura e instrumentos adequados, para que a foto do antes e do depois seja ainda mais impactante.

Essa operação de choque, embora tenha se notabilizado pelos trabalhos nas vias públicas, não deve se ater ao campo da limpeza. É válido, aliás, detalhar um pouco mais sobre essa e outras medidas, para que o cidadão ipiraense melhor compreenda as iniciativas do poder público para empreender as mudanças que a cidade precisa. Sobre o 1° Seminário para Identificação de Projetos Estratégicos sobre a Administração Pública, evento bem interessante, já nessa primeira semana, que seguramente deu alguns bons direcionamentos para o público participante, pouco se detalhou sobre o que transcorreu por lá, nem pela página oficial na rede, nem nos sites locais. Quem não participou, pouco ficou sabendo.

Numa era em que as mídias sociais aceleram o fluxo de informações, é muito comum a ocorrência de comentários e rumores a todo instante, e sobre os mais diversos assuntos. Por isso é de extrema importância para o bom encaminhamento das ações do governo, atentar para o monitoramento dessa área de comunicação e, por conseguinte, as discussões que estão sendo travadas, para também poder filtrar alguma boa sugestão ou experiência, que possa gerar alguma tomada de decisão.

Para que o cidadão ipiraense sinta-se, de fato, orgulhoso de viver aqui, como propõe o slogan de governo, há muito a ser feito e obviamente que um período de tempo será necessário. Fase de transição administrativa sempre envolve uma série de mudanças. Mas se bem atendidas as normas de interação entre governo e sociedade, fenômeno que está mais acentuado atualmente, embora seja algo “próprio e natural” dessa relação, um grande passo será dado em nome do fortalecimento da cidadania local.
Novos rumos da opinião pública ipiraense

O último programa Conexão Chapada de 2016, da última terça, 27, programa especial solidário de fim de ano, despertou a ideia deste texto. Isso por conta da última participação de Marcelo Brandão antes da posse como prefeito, no programa que o propulsionou como político. Na sua última participação do ano, ele pôde fazer uma breve retomada daquilo que já havia alertado sobre a situação em que o município se encontra ultimamente, e sobre a maneira como pretende enfrentá-la.

Essa é uma breve reflexão sobre aquilo que o novo prefeito vivenciou, denunciou e projetou à frente do Conexão ao longo dos últimos anos, e que contribuiu significativamente, no desenvolvimento do intrincado conceito de opinião pública. Conceito algumas vezes ouvido, entretanto, pouco compreendido. Nunca unânime, mas sempre influente.

Antes de adentrar no tema, convém anotar rapidamente o papel de destaque que o Conexão exerce como programa jornalístico, servindo como caixa de ressonância dos fatos, como normalmente costuma se referir. Isso é reflexo, em boa medida, da cultura de cidades interioranas em abraçar mais o rádio, como veículo de comunicação, pelas suas características próprias, como a de maior alcance do público-alvo. Daí o olhar visionário, que em setembro de 1987, fundou a rádio Ipirá FM, e de lá pra cá vem colhendo os frutos do investimento.

Pois bem, para o comunicador, é de fundamental importância identificar a reação da massa diante dos acontecimentos, sobretudo os locais, porque criam mais empatia e o ouvinte enxerga mais a realidade na qual vive. Nessa conjuntura, portanto, depois de anos ouvindo as reivindicações do povo e já ciente do que precisa esta cidade, chegou o momento, nas palavras do prefeito eleito, “da fase de depuração... do choque de ordem... da arrumação da casa, antes de mobiliá-la.” Foram anos acompanhando as queixas da população acerca dos mais diversos problemas que assolam o município, sugerindo ou apontando as medidas cabíveis para solução, ou possíveis alternativas para ajuste. Destaque-se isso, durante anos.

Sendo assim, é chegada a hora de ser o alvo para onde serão endereçadas as demandas e cobranças da população, depois de tanto chamar a atenção para os desmandos do serviço público prestado num passado recente, pela lâmpada do poste da rua x queimada, pelo buraco na rua y a engolir carros, pelo tratamento inadequado de determinado funcionário público municipal, pela ausência de investimentos em saúde, educação, infraestrutura, dentre outras reclamações comuns que os ouvintes faziam e vão continuar a fazer.

Já é certa a continuidade do programa, seu formato deverá ser o mesmo, entretanto - isso é presumível -, ficará órfão dos bramidos incisivos e insubstituíveis de seu ex-âncora. Essa era uma característica que pulsava em si e fazia pulsar a opinião pública ipiraense. Muito embora os trabalhos no Conexão continuem, com os demais profissionais da emissora, no comando do programa, recebendo as queixas e sugestões, ficará o vácuo do estilo próprio, da batida de mão na mesa nos momentos de maior êxtase, do termo “mal-amanhado” para definir o erro, enfim. De tal modo que, os trabalhos no programa devem prosseguir da forma mais diplomática possível.

Para fundamentar o tema aqui tratado, vejam o que diz o estudioso do assunto, Gaudêncio Torquato: “A opinião pública funciona como salvaguarda da sociedade, é de suas criações mais importantes para o próprio desenvolvimento e ajuste social, é uma arma de defesa contra as ameaças de sistemas autoritários, uma ferramenta de avanços e mudanças e uma câmara de eco das grandes demandas sociais.” Sim, o leitor(a) pode perguntar, como nasce a opinião pública? Sua dinâmica é tão somente orquestrada pelo que o âncora do programa fala? Não! E nesse quesito paira outra forte característica, muitas vezes ressaltada no programa, a de que “é o povo que está falando!” E se por acaso o discurso fosse diferente, simplesmente a opinião pública não existiria aqui em Ipirá.

Observem como Gaudêncio Torquato continua, a respeito do surgimento da opinião pública: ela “nasce das ideias e crenças individuais, que vão se aglomerando em núcleos, expandindo-se de maneira vertical (nas classes sociais) e horizontal (nos espaços geográficos), conduzida pelos meios de comunicação, que funcionam como tuba de ressonância dos fatos.” Logo, se compreende que o programa tem seguido esse script e o feedback com o público estabeleceu-se de tal forma, que o programa jornalístico acabou se transformando em referência para Ipirá e região.

Com todas essas circunstâncias a seu favor, MB naturalmente reportava-se, em passagens dos discursos de campanha, ao período no comando da bancada, quando fazia alusões do tipo, “lá no Conexão acompanhei as queixas...”, “não me curvei diante das intimidações...”, “fiz questão de denunciar as irregularidades...”. Pronto, bingo! Ganhava o público, e sua opinião, paulatinamente.

Mas agora há uma inversão de papéis, e o clichê de que “as expectativas são as melhores possíveis” quanto à nova gestão, é endossado pela tarimba de quem tanto ministrou essa relação de diálogo com a sociedade. Ao tempo em que, também, agora submete-se ao crivo avaliativo da mesma. Então, não é fácil dimensionar o tamanho da responsabilidade, o novo gestor sabe o caminho tortuoso que representa esse desafio, mas nem por isso será pouco cobrado para superá-lo.

A sensação que fica, guardadas as devidas proporções, é aquela parecida com a da convocação de um jogador, que vem se destacando há tempos por seu clube, para defender a seleção brasileira. Assim MB deixa a bancada do Conexão Chapada como apresentador/âncora, onde ouvia as vozes dissonantes (da torcida adversária), como também os aplausos (da torcida de seu time), como acontece num clássico do futebol, para agora defender uma só bandeira, a de maior importância, a nossa seleção, Ipirá.


Mídia Ipirá