Com mais de 1/4 de governo concluído, prefeito Marcelo Brandão não sinaliza com mudanças significativas e próximas daquelas que defendeu, durante anos, no rádio.
Promessa de político cumprida não é algo fácil de
identificar. Propostas e expectativas em torno do governo de Marcelo Brandão, é
algo quase impossível de dimensionar. É nesse sentido que a população de Ipirá
acompanha a gestão municipal, em meio à desconfiança e perplexidade, após
crédito dado a quem falou muito em rádio, com boa desenvoltura, durante anos.
Hoje os cidadãos ipiraenses enxergam, a olho nu, a incoerência entre discurso e
prática.
O atual prefeito, na época de rádio, sempre defendeu
boas ideias para a cidade. Na sua visão, para Ipirá se estabelecer como município
pujante, faltava era planejamento e vontade de quem governava. Os famosos R$ 10
milhões de arrecadação mensal, que ele fazia questão de enfatizar no rádio,
eram suficientes para dar uma cara nova ao município.
O próprio prefeito, em setembro de 2017, ainda com
poucos meses à frente do governo, animou-se ao extremo e disse que Ipirá não
teria mais “paralisia em realizações”. O tempo está lhe pregando peças, pois o
que mais se observa hoje, é exatamente isso.
Em fevereiro desse ano, a equipe de governo se
reuniu para tratar do que chamaram de ‘planejamento para 2018’. O prefeito se
ateve aos agradecimentos à sua equipe, mas não tratou, de fato, do que havia
sido planejado nessa reunião, para o ano em curso. Se conseguiram projetar
algo, não foi publicado.
Projetos importantes, que contaram com grande
entusiasmo do prefeito, em seu primeiro ano de governo, como os projetos ‘Estradas’
e ‘Maria’, desapareceram no Papo Reto. Sobre o primeiro, o prefeito chegou a
afirmar que teria o maior prazer em deflagrar até o final de março de 2017, esse
projeto que visa a completa recuperação das estradas do interior do município.
Mas não deflagrou. Chegou a dizer, em seu programa semanal, que antes do início
desse projeto, apenas daria uma ‘meia-sola’ nas estradas.
Já o ‘Maria’, também ventilado para ter início em
meados do ano passado, já não é mais falado no Papo Reto. O nome desse projeto
é inspirado na jogadora de futebol profissional, natural do Ipirazinho, que já
conquistou, inclusive, título no estado de São Paulo. O projeto ‘Maria’ tem, ou
teria, a pretensão de revigorar o esporte na cidade, sobretudo no espaço
escolar. No momento, esse projeto foi jogado para a linha de fundo.
Para o final de março do ano passado, o prefeito também
pensou em lançar projeto, com recursos próprios, pra 100 aguadas de 200 horas.
De acordo com o gestor, o planejamento já havia sido feito. “Estamos orçando,
pra ver se com responsabilidade a gente faz uma, duas, três, quatro por mês,
até atingir o número de 100 aguadas, no final do governo”, disse à época.
Sobre o Mercado de Artes, que o prefeito diz querer
tornar a ‘melhor praça de eventos da região’, já foi dito por vereador de
situação, que há 90% de recursos previstos para as obras, mas ainda assim, não
foi dado início à sua recuperação, após incêndio ocorrido em 22 de novembro de
2016, que destruiu parcialmente o local. Há mais de 17 meses, portanto.
As ideias proferidas, e desconexas da realidade
hoje, são várias, não se limitam às que foram apresentadas acima. Não há
economia para falar bonito, mesmo que com dificuldade para fazer acontecer.
Eleições 2018
O cenário político das eleições 2018 não é muito
favorável ao município, o que é mais um motivo para deixar Ipirá à margem de
investimentos da parte do estado. O que é mais uma razão para deixar apreensivo
o governo local no que diz respeito a realização de obras que possam impactar
seu eleitorado, numa busca por pontos pela concretização de planos de campanha.
O atual governador Rui Costa (PT), disputa sua reeleição com o
ex-prefeito de Feira de Santana, José Ronaldo (DEM), numa disputa que desde já
é apontada sem grandes resistências. Só uma improvável reviravolta, poderia dar
a vitória ao candidato que MB deve apoiar: José Ronaldo. A
situação fica ainda mais delicada com a migração crescente de políticos, que
Rui Costa está abarcando.
Por Diogo Souza
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