“As
mídias não são a própria democracia, mas são o espetáculo da democracia”
Patrick Charaudeau
A Comunicação Social, enquanto campo
do saber ensinado nas escolas acadêmicas, subdivide-se em áreas como:
Jornalismo, Marketing, Relações Públicas e Publicidade/Propaganda. Estas são as
principais. É inegável o poder e a influência que todas elas exercem hoje sobre
a sociedade, pois são atividades que movem as mentes e perpassam, talvez mais
que outras áreas, o que se denomina como ‘era da informação’. A que vivemos hoje.
Cada uma no seu cada qual, com
formações específicas e finalidades pontuais, volta e meia misturam-se.
Confundem-se. Toma uma o lugar da outra. Desvirtuam os sentidos das coisas. Deixam
de colaborar reciprocamente, quando assim é necessário que o faça. Mas nunca é
demais ressaltar: elas possuem, cada uma, suas especificidades, seu objetivo de
trabalho e enfoques necessários que atendem a esse vasto campo da arte de se
comunicar.
Falar de forma detalhada sobre cada
vertente dessas citadas acima, seria enfadonho. Vamos atentar então para o
Jornalismo, objeto de interesse maior aqui. Também se fosse elencado suas
definições conceituais, o texto não se desdobraria nas reflexões que mais
importam agora.
De uma forma muito sintética e
simplória, pode-se dizer que o jornalismo trata da circulação e publicização
das informações, dos acontecimentos, dos feitos
e defeitos existentes no mundo, em um
país, região, estado, cidade ou localidade quaisquer. Há essa pretensão de
universalidade nas diretrizes jornalísticas, muito embora seja constantemente
rotulado por não cumprir com tamanha obrigação.
De fato, essa é uma situação que a
todo instante cobra a responsabilidade do profissional, diante dos fatos, para
a produção do conteúdo noticioso. Aliás, existe um bordão que explica muito bem
essa situação: “toda escolha implica uma renúncia”. Ou melhor (e mais erudito),
como diria o grande filósofo Friedrich Nietzsche: “Contra o positivismo, que
para perante os fenômenos e diz: ‘há apenas fatos’, eu digo: ‘Ao contrário,
fatos é o que não há; há apenas interpretações’”.
Enfim, saindo um pouco da esfera da
Comunicação e visitando o Direito, outro dia escutei de um professor algo que
foi simplesmente brilhante: “Ao juiz cabe ser imparcial, porque neutro, nem
mesmo o sabão é!” Hilário, cômico, incrível, entenda como quiser. Mas fato é
que essa assertiva é impressionante pela sua contundência. Uma das grandes
“dificuldades” nessas áreas do conhecimento é justamente colocar a objetividade
e a imparcialidade numa balança de equilíbrio onde se tenha o justo e o
proporcional como contrapeso.
Na realidade em que vivemos, onde quer
que haja mídia social, esse dilema sempre existirá. “No discurso noticioso, os
elementos de subjetividade não desaparecem, nem poderiam, mas são reduzidos ao
mínimo: para isso, combina-se método de apuração e técnica de redação e
concentra-se o foco do discurso no referente factual. Resta à crítica ponderar
que toda fala humana, destinando-se a uma comunidade e em um tempo, deve
conformar-se a valores dessa comunidade e desse tempo”, assim considera o
renomado jornalista e professor Nilson Lage.
Dessa forma, transitar nesse mundo, em
que tudo o que se produz deve apresentar um conteúdo de interesse público
compreensível, em que se exerce o papel de tradutor e intermediário de
mensagens destinadas à sociedade como um todo, razão, discernimento e
equilíbrio são atributos importantíssimos que ajudam na construção do sentido
mais caro da cidadania.
Por Diogo Souza
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