A sessão da Câmara Municipal de Ipirá
dessa terça, 21, foi marcada por esclarecimentos e indicações contrárias à proposta
da PEC 287, que trata da reforma da previdência. Participaram, além dos
vereadores, algumas entidades de classe, a exemplo da APLB e Sindicato dos
Servidores Públicos de Ipirá; o sociólogo Genelício Santiago e o assessor
jurídico da Câmara, Roberto Carigé. A onda nacional contrária à reforma, nos
moldes em que ela está sendo apresentada, tem gerado inúmeras críticas e
resistências por parcela significativa da população brasileira.
“Apesar de entender que é preciso se
fazer a reforma, essa que foi apresentada pelo governo foge muito do que o povo
brasileiro espera. Trata-se de uma reforma perversa, pois elimina direitos
sociais conquistados pelo povo brasileiro durante muitos anos”, afirmou Carigé.
O sociólogo Genelício Santiago falou
que “essa reforma precisa se desenvolver no campo da sensibilidade, afirmação e
promoção dos direitos”. Santiago entende que nesse mar de especulações em torno
da real situação de vulnerabilidade da previdência, o caminho concreto a seguir
é por meio de uma auditoria, envolvendo Ministério público e Ministério do
Trabalho para aprofundar a busca por dados mais precisos acerca da real
situação previdenciária.
A representante da APLB, Loiane
Fernandes, também reconhece que uma reforma é necessária, mas não da maneira
como está sendo apresentada. “O primeiro ponto que deveríamos tratar é a taxação
das grandes empresas que devem muito aos cofres públicos, reduzir as regalias
dos políticos, representantes do povo que, literalmente, recebem fortunas, e
que depois votam contra o povo que lhe conferiu o cargo”, advertiu. A representante
da APLB entende que a PEC 287 desrespeita o trabalhador de modo geral,
principalmente aqueles que possuem aposentadoria especial, e cita os professores,
trabalhadores rurais, trabalhadores que exercem atividade de risco e alta
periculosidade, e também as mulheres, pela jornada desgastante de trabalho e família.
O representante do Sindicato dos
Servidores Públicos de Ipirá, Valtiney Sampaio, mais conhecido como Iáia,
também fez suas considerações num discurso acalorado, repudiando a “PEC da
morte”, e ainda conclamou a participação de todos nos espaços representativos
Brasil afora, por maiores esclarecimentos dos direitos que cada cidadão possui.
Os vereadores Deteval Brandão, André
Oliveira, Laelson Neves, Suíta, Carlinhos Simas e Weima Fraga fizeram seus
pronunciamentos em tom semelhante, contrário ao modelo de reforma apresentado
pelo Governo Federal.
Por Diogo Souza
Nenhum comentário:
Postar um comentário