segunda-feira, 30 de abril de 2018

Quem canta, seus males espanta! MB é flagrado em momento de descontração, cantando Gilberto Gil: “E a novidade que seria um sonho...”


De bom gosto musical e timbre razoável para o canto, o prefeito de Ipirá, Marcelo Brandão, apareceu nas redes sociais, na noite desse domingo, 29, cantando a música ‘A Novidade’, de Gilberto Gil.

Se é que a máxima do título dessa matéria é verdadeira, o prefeito de Ipirá volta e meia recorre a esse artifício para aliviar a tensão da cobrança pela função que exerce. Ou talvez cante por achar bonito mesmo, e não deixar se abater com os problemas pelos quais passa o município.

Tão logo publicado o vídeo nas redes sociais, os comentários não pouparam. Os internautas começaram a fazer comparações irônicas entre as habilidades de MB como cantor, radialista e prefeito. Houve até pedido para que o prefeito não contratasse banda para o São João, pois o mesmo poderia fazer o show.

Uma composição feita pelo gestor municipal é aguardada com ansiedade pela população. Já que cantou ‘A novidade’ de Gilberto Gil, os ipiraenses agora esperam que ele elabore e cante ‘Novidades para Ipirá’.


Por Diogo Souza

quinta-feira, 26 de abril de 2018

Você, com quem sempre dialoguei no rádio e ajudou em minha projeção política, gostaria de ter, agora, um governo participativo?


A prefeitura de Ipirá parece disposta a tomar uma decisão com auxílio da população. Algo raro. Foi lançada enquete em rede social, nessa quarta, 25, perguntando sobre a preferência de local para realização do São João 2018: praça Roberto Cintra ou José Leão dos Santos (em frente à Casa São Francisco).

Perguntar sobre local de festa é fácil. Difícil seria perguntar sobre a escolha da população, se pela restauração do Mercado de Artes (após incêndio, em novembro de 2016), ou se pela requalificação, agora emperrada, da praça São José (‘Puxa’).

Difícil seria uma abertura com a população, a exemplo dos tempos de âncora em programa jornalístico. Perguntar sobre local de festa apenas ‘assanha’ o público, porque o povo fica envolvido mesmo com isso, e desvia o foco sobre algum outro assunto mais importante, que poderia ter a consulta popular.

Complicado mesmo é perceber quando e onde alguma medida foi tomada pelo governo, após levar em consideração a opinião do povo, como foi dito num programa Papo Reto desses, ao longo de 2017, para tratar da escolha do nome da avenida Rio Grande do Sul, por exemplo.

Uma das maiores dificuldades hoje, portanto, é fazer valer o lema de governo ‘É a vez e a voz do povo’, tão alimentado em campanha. Dar voz ao povo, hoje, parece muito mais um estorvo do que qualquer outra coisa que possa lembrar uma gestão participativa, que possa parecer com aqueles momentos de escuta atenta e predisposta à solução dos problemas da cidade, no tempo de rádio.


Por Diogo Souza

terça-feira, 24 de abril de 2018

Alvo de constantes reclamações, Saúde se torna assunto; secretário Missinho Jones reconhece problemas e fala sobre queixas da população

Prefeito MB discursa durante cerimônia de inauguração da sede própria, em 12/07/17

Disponível às críticas, elogios e sugestões, mas de pouco comparecimento para esclarecimentos massivos (pelo rádio, por exemplo), sobre os recorrentes problemas e reclamações que envolvem uma das pastas municipais mais complexas, como é o caso da Saúde, pela qual responde. Assim se mostrou o secretário municipal, Edmilson Jones, em entrevista nessa terça, 24, ao programa Conexão Chapada.

Jones e a coordenadora de vigilância epidemiológica, Renata Franco, compareceram à entrevista principalmente para falar sobre detalhes que envolvem a 20ª Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza, que começou ontem e vai até o dia 1º de junho. Franco explicou que em breve as vacinas estarão em todos os PSF’s, e que o procedimento será por classificações, não havendo necessidade de que todos os interessados procurem pelo atendimento de uma só vez.


Problemas na Central de marcação de consultas

Noticiado pelos sites locais nessa segunda, 23, o entrave na marcação de consultas na secretaria ainda preocupa. Questionado sobre a solução, Jones afirmou que ainda não há, e que esse “é o problema que está causando problema”. O secretário diz que alguns exames só podem ser marcados diretamente no sistema. Ele ainda fala em problema, quando se refere a uma parte da população não entender que essa dificuldade não é apenas em Ipirá. “Existe uma chave que abre e que só pode ser usada depois de liberada pelo sistema”, disse, informando também sobre o retorno da marcação manual.

Sobre previsão do SUS para regularizar a situação, o secretário diz que todos os dias o coordenador abre o sistema e consegue marcar “8 ou 10, no máximo”, logo após o sistema cai. “Eles não dão uma certeza”, afirma.

Hoje, 24, site local publicou nota de preposto da secretaria de Saúde, identificado por Jobert, que é justamente o coordenador do setor de marcação e regulação. “Infelizmente não estamos marcando ainda na secretaria os serviços terceirizados (raio x, mamografia e ortopedia com Dr. José Ricardo), pois precisa da chave do sistema de regulação (SISREG) para então dar baixa e fazer o controle para prestação de contas com os prestadores e o FMS”, diz um trecho da nota, em resposta a um suposto paciente que teria procurado a secretaria por serviços do ortopedista e vice-prefeito, José Ricardo. Conforme a nota, o paciente recusou o serviço fornecido, em nome da secretaria, por outro profissional com a mesma especialidade, José Rodrigues.

Na sessão da Câmara, na última terça, 17, o líder da bancada de oposição, vereador Deteval Brandão, disse que a Sermed (Clínica dirigida pelo atual vice-prefeito), está há 4 meses sem receber, e atribuiu a suspensão no serviço à falta do pagamento. Esse assunto também foi abordado pelo vereador Jaildo do Bonfim, há exatos vinte dias, no dia 4, em entrevista ao programa Cidade Agora, da Ipirá AM. Jaildo disse que o vereador de situação, Heckel Oliveira, cunhado do médico e vice-prefeito José Ricardo, teria contado que existe um atraso de 5 meses com a clínica Sermed. “Ele não vai dizer que é mentira, porque falou comigo e não pediu segredo”, afirmou Jaildo na ocasião.


Por Diogo Souza

Redução de peso pode evitar 15 mil casos de câncer por ano no Brasil

Estudo da USP indica relação com consumo de alimentos ultraprocessados


Agência Brasil - Estima-se que pelo menos 15 mil casos de câncer por ano no Brasil, ou 3,8% do total, poderiam ser evitados com a redução do excesso de peso e da obesidade. E esse número deve ainda crescer até 2025, quando se estima que mais de 29 mil novos casos de câncer atribuíveis à obesidade e sobrepeso devam surgir por ano, índice que vai representar 4,6% de todos os novos casos da doença no país.

Os dados são de um estudo epidemiológico feito no Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), em colaboração com a Universidade de Harvard (Estados Unidos).

“O problema principal é que vem ocorrendo um aumento nas prevalências de excesso de peso e obesidade no Brasil e, com isso, os casos de câncer atribuíveis a essas duas condições também devem crescer. Fora isso, espera-se que haja um aumento nos casos de câncer como um todo, pois a população do país vai aumentar e envelhecer”, acredita o doutorando na FMUSP, Leandro Rezende.

Rezende é um dos autores do artigo publicado na revista Cancer Epidemiology, com o título The increasing burden of cancer attributable to high body mass index in Brazil. O trabalho é resultado de uma Bolsa de Pesquisa no Exterior da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) realizada na Harvard University. Segundo o pesquisador, o aumento do poder econômico nos últimos anos levou a um maior consumo, porém, no caso da alimentação, o fenômeno ficou atrelado principalmente aos alimentos ultraprocessados.

“O estudo mostra essa fase de transição nutricional epidemiológica. São justamente esses alimentos altamente calóricos, com quantidade elevada de açúcar, sal e gordura, que também são os produtos mais baratos”, disse.

Obesidade e sobrepeso estão associados ao aumento de risco de 14 tipos de câncer, como o câncer de mama (pós-menopausa), cólon, reto, útero, vesícula biliar, rim, fígado, mieloma múltiplo, esôfago, ovário, pâncreas, próstata, estômago e tireoide, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, a incidência desses 14 tipos de câncer corresponde à metade do total de casos da doença diagnosticados por ano.

O estudo feito por Rezende, em colaboração com pesquisadores brasileiros e norte-americanos, calculou a fração atribuível populacional (FAP) do câncer relacionado ao índice de massa corporal (IMC) elevado. A FAP é uma métrica para estimar a proporção da doença possível de prevenir na população caso o fator de risco (nesse caso o sobrepeso e a obesidade) fosse eliminado, mantendo os demais fatores/causas estáveis.


População feminina

De acordo com o estudo, 3,8% dos mais de 400 mil casos de câncer diagnosticados anualmente são atribuíveis ao IMC elevado. Verificou-se também que esses casos são mais comuns em mulheres (5,2%) do que em homens. Isso se dá não apenas pelo fato de a média do IMC ser mais elevada nas mulheres, mas, principalmente, porque três tipos de câncer atribuíveis à obesidade e sobrepeso - ovário, útero e câncer de mama - afetam quase exclusivamente a população feminina.

Para estimar o excesso de peso e a obesidade na população brasileira, os pesquisadores usaram dados sobre IMC no Brasil em 2002 e 2013 da Pesquisa de Orçamentos Familiares e da Pesquisa Nacional de Saúde, ambas conduzidas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A análise de dados em dois momentos, e com dez anos de diferença, se justifica para analisar a latência da doença a partir do excesso de peso ou obesidade.

De acordo com os dados do IBGE, 40% da população brasileira tinha sobrepeso ou obesidade em 2002. Em 2013, o total subiu para aproximadamente 60%. Levando em conta IMC, magnitude do risco relativo, casos da doença e período de latência, os pesquisadores estimaram que, em 2012, cerca de 10 mil casos de câncer em mulheres e 5 mil casos em homens eram atribuíveis ao excesso de peso e obesidade aferidos dez anos antes. Já os dados sobre a incidência de câncer foram obtidos do Instituto Nacional de Câncer (Inca) e da base Globocan da Agência Internacional de Pesquisa em Câncer, da OMS.

De modo a quantificar a dimensão da contribuição do sobrepeso e da obesidade na incidência de câncer no Brasil, os autores do estudo estimaram FAPs da doença em 2012 (com dados existentes) e em 2025 (por meio de projeção) atribuídas a IMC elevado. As frações foram calculadas de acordo com sexo, idade, área geográfica e tipo de câncer.


Abordagem regional

O trabalho é um dos primeiros a fazer comparações regionais sobre a relação entre obesidade e câncer. De acordo com o estudo, as maiores FAPs, para todos os tipos de câncer, foram encontradas nos estados das regiões Sul (3,4% de mulheres para 1,5% de homens) e Sudeste (3,3% de mulheres para 1,5% de homens).

Nas mulheres, as maiores FAPs foram encontradas nos estados de Rio Grande do Sul (3,8%), Rio de Janeiro e São Paulo (ambos 3,4%). Nos homens, as FAPs mais altas foram em Mato Grosso do Sul e São Paulo (ambos 1,7%).

“Houve aumento do IMC no país inteiro. Observamos que o impacto da obesidade é maior nas regiões Sul e Sudeste, principalmente em São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, mais ricos e com maiores IMC. No entanto, não se justifica uma estratégia de prevenção de câncer e redução da obesidade exclusivamente nessas duas regiões”, disse Rezende.

Isso porque, de acordo com o artigo, ao comparar os dados de IMC de 2013 e de 2002, os autores perceberam que as regiões Norte e Nordeste tiveram o maior aumento de IMC em comparação com outras regiões. “Os dados mostram que é preciso tomar precauções em outros locais, além do Sul e Sudeste”, alerta Rezende.


Políticas públicas

Na avaliação do professor titular da FMUSP e orientador do estudo, José Eluf Neto, o interessante é poder mensurar o impacto da relação de câncer e obesidade para a saúde pública e, com base nisso, planejar ações e investimentos.

“Hoje, se sabe que há uma razão biológica para haver essa relação, com mecanismos moleculares ou metabólicos bem descritos. É o caso da insulina. A obesidade causa resistência à insulina gerando inflamações e o aumento da proliferação celular”, esclarece Eluf Neto.


Alimentos ultraprocessados

De acordo com o artigo, as vendas de produtos ultraprocessados cresceram 103% em toda a América Latina entre os anos de 2000 e 2013, acompanhadas de um consequente aumento no IMC nos países da região. Para os autores, reverter esse quadro exige políticas públicas como a regulamentação de imposto, rotulagem nutricional e restrição de marketing de alimentos ultraprocessados.

“Esse crescimento de vendas na América Latina retrata uma estratégia da indústria de alimentos, assim como foi, ou tem sido, a da indústria de tabaco. Quando alguns países começam a regular minimamente a venda e publicidade desses alimentos, eles partem para regiões em que as leis ainda não foram estruturadas para promover a saúde da população”, analisa Rezende.

Segundo ele, o crescimento dos alimentos ultraprocessados no Brasil é comparável ao que ocorreu com a indústria de tabaco nos anos 1980. “O tabagismo, hoje, é um problema maior em países de baixa e média renda porque é onde a indústria de tabaco está focada. Fazer isso no Brasil em 2018 ficou mais complicado. Temos restrição de publicidade, é proibido fumar em ambiente fechado. Já no caso dos alimentos ultraprocessados, é como se estivéssemos em 1980. Os produtos não são comercializados, rotulados e taxados de maneira adequada a garantir a saúde da população”, disse.


Outros fatores

A equipe de pesquisadores está calculando também o peso de outros fatores, como sedentarismo, tabagismo, alimentação e consumo de álcool, na incidência e mortalidade por câncer. Os dados desses outros fatores ainda não foram publicados, mas o objetivo final do trabalho é compará-los e estimar quantos casos de câncer seriam evitáveis no Brasil.

“Existem fatores genéticos que aumentam o risco do desenvolvimento do câncer, mas isso não é algo modificável e também eles não excluem os outros fatores que causam a doença. O tabagismo é o principal fator de risco ou causa de câncer no Brasil, podemos adiantar essa análise, mas ele está caindo de forma importante, com prevalência em cerca de 15% da população. Com isso, outros fatores começam a ganhar relevância na formação de políticas públicas. Os dados mostram que não dá para cessar os esforços para reduzir o tabagismo, mas combater o sobrepeso e a obesidade também deve ser prioridade”, avalia o pesquisador.

Junho em dose dupla: em momento de crise, prefeitura marca ExpoIpirá e acena com São João de bom porte, em intervalo de 20 dias

Mesmo com alegações de dificuldades financeiras, planejamento de governo esboça resgate de exposição e Arraiá do Camisão em “melhor nível” para esse ano, num único mês.


Uma já é certa e tem data marcada, a outra é provável e por enquanto especulada. A primeira encontra justificativa no resgate daquilo que já demonstrou maior potencial, a segunda é vislumbrada para “suprir o déficit” de aprovação do ano anterior, e manter a tradição.

A ExpoIpirá e o Arraiá do Camisão 2018 têm razões e motivos nobres para realização, porém, a julgar pelo momento declarado de restrições financeiras, têm datas em desacordo, tanto a nível de investimento do dinheiro público, como de participação da comunidade que vai tentar abrilhantar as festas. 

São três dias de ExpoIpirá (1º a 3 de junho), ainda sem atrações definidas; e pelo menos mais 3 de São João, também sem definições para a população.

A ExpoIpirá já tem encaminhamentos providenciados, e conta com a secretaria de Agricultura à frente das tratativas pela realização do evento. O São João, que ano passado contou com uma equipe que realizou também a elogiada micareta, nesse ano parece não contar com a mesma. De lá pra cá, a Cultura não tem tido aparição de destaque.

Ultimamente, o prefeito Marcelo Brandão tem batido na tecla de limitações orçamentárias. Nas redes sociais, a população questionou bastante a não realização de micareta, ou comemoração qualquer, no aniversário de 163 anos de Ipirá, na última sexta, 20. 

A conversa que tem sido ventilada é a de que a ‘reserva’ feita agora, sem micareta, seja para compensar em boa programação nos festejos juninos. Agora, cabe ao planejamento de governo mostrar que isso é possível, sem fiasco.


Por Diogo Souza

segunda-feira, 23 de abril de 2018

Será possível fazer política com amor?

Imagem: Reprodução

O pré-candidato democrata ao governo do estado para as eleições de outubro, José Ronaldo, parece acreditar piamente na ideia de que é possível fazer política apenas por amor. Perguntado nesta semana pelo jornalista José Eduardo, em entrevista à rádio Bocão News, sobre como fará para “brigar de igual para igual” com João Gualberto, pré-candidato pelo PSDB, que possui fortuna declarada, e com o petista Rui Costa, que tem a máquina pública atualmente nas mãos, ele disse que não faz política com dinheiro e sim com amor, pois nunca trabalhou para ser rico, e afirma que continua com o mesmo patrimônio há anos.

Que o amor é combustível da alma, parafraseando Shakespeare, não restam dúvidas, mas seria este sentimento o suficiente para vencer uma eleição? Ou ele precisará recorrer à ajuda do amigo ACM Neto e de outros aliados para o custeio? O que se sabe mesmo, até o momento, é que ele não dispensará o apoio de qualquer outro partido, mesmo o MDB de Lúcio Vieira Lima, massivamente criticado por correligionários, inclusive por Neto, que, caso fosse o candidato, disse descartar alianças com emedebistas.

Mesmo após o episódio das malas com 51 milhões em dinheiro encontradas em um apartamento envolvendo Geddel, irmão de Lúcio, e a família Vieira Lima, Zé Ronaldo destacou que a sigla possui uma história construída no passado, não apenas no presente. E que o tempo de propaganda para a televisão que dispõe o partido é fundamental para a sua empreitada política. Sendo assim, nem com a melhor das boas vontades, só "de amor" pode-se fazer uma campanha...

A desistência de ACM Neto parece ter ampliado o favoritismo do governador Rui Costa, mais ou menos como quando um time faz 2x0: o placar mais perigoso.

Fonte: A TARDE / Roy Rogers, Miriam Hermes e Paulo Leandro

sexta-feira, 20 de abril de 2018

Orgulho contestável! Ipirá completa 163 anos subsistindo às promessas de desenvolvimento

A sina de uma cidade inserida numa encruzilhada administrativa que lhe impõe mais estagnação que avanço

Imagem: Reprodução do slogan de governo

Em primeiro lugar, os parabéns a Ipirá. Ela não tem culpa pelo que passa, apenas resiste penosamente. Em 163 anos de emancipação política, são muitas as histórias que podem ser contadas e relembradas, mas nenhuma supera a que envolve o discurso atual de ‘resgate’ daquele sentimento que todo cidadão pode, ou deveria ter, de sua terra: orgulho.

Se a ideia é de retomar aquela boa época, em que o orgulho de ser da terra pulsava nos cidadãos ipiraenses, mais desafiador ainda se torna resgatar esse tempo bom, que pode ser pensado de formas diferentes, de pessoa para pessoa, e transformar num sentimento de orgulho em viver aqui. Isso é, fazer com que o ipiraense não apenas orgulhe-se de ser da terra, mas que encontre razões e motivos suficientes para viver nela.

Muitos dos filhos de Ipirá, mundo afora, queira ou não, carrega consigo essa marca, orgulha-se ou não de ter nascido aqui, isso é natural. Mas ‘osso’ mesmo é tentar impregnar a ideia do orgulho de viver aqui. Essa é uma proposta de governo audaciosa, que está muito além daquelas coisas ‘batidas’ que estampavam slogans anteriores.

Talvez o orgulho de viver em Ipirá seja a chave para o alcance da felicidade. Um orgulho que ainda é enaltecido pela classificação de 22ª gestão dentre as 100 melhores do Brasil, mas que curiosamente nunca mencionada numa conversa de Papo Reto.

Sendo assim, leitor(a), você consegue imaginar o tamanho da responsabilidade que tem a gestão municipal nesse propósito de moldar o sentimento das pessoas que aqui vivem? Consegue imaginar o que dirá amanhã ou depois, daqui a meses ou anos, o gestor municipal sobre seu empenho e competência para fazer valer o lema de governo que escolheu?

A tarefa não é fácil. O desenvolvimento e o crescimento que se arrastam ao longo desses 163 anos talvez não sejam compatíveis com a carga abrupta de querer mostrar grandeza em tudo que se pretende fazer. Isso serve para um símbolo da cidade, como o Mercado de Artes, que não merece um paliativo para atender dezenas de famílias, pois o que está reservado para ele é a ideia de melhor praça de eventos da região. Não é requalificar a Casa dos Estudantes, antes de perder as outras paredes, mas levar em banho-maria o que havia prometido já estar pronto agora. Não é a finalização das obras do Centro de Abastecimento, onde todos do município se encontram às quartas e se cumprimentam em meio à lama nesse período chuvoso.

Desenvolvimento e progresso nesse momento é quebrar a praça São José (‘Puxa’), que poderia aguardar para ser requalificada, mas que foi iniciada a obra e chegou a ter sua entrega ventilada para hoje, no aniversário da cidade. Não se confirmou. Orgulho de viver aqui mesmo, é diminuir a importância de uma “festinha simples”, conforme afirmou no programa Papo Reto de hoje, para marcar a passagem do aniversário da cidade. 

O que dá orgulho não é aquela conversa modesta e sincera sobre os problemas, mas sim aquela constante provocação de sonhos, mexer com o imaginário das pessoas, transportá-las dessa terra hoje pacata, para uma cidade com ares futurísticos.

Orgulho, portanto, não é simplesmente a realidade concreta, é o que a imaginação permite. É o que traz a mensagem de governo postada hoje, parabenizando a cidade por ser “uma terra acolhedora e que está sempre se renovando”. Esse é o discurso pelo orgulho, é o que sua mente permite fantasiar sobre a ‘renovação’ porque passa Ipirá.


Por Diogo Souza

quarta-feira, 18 de abril de 2018

O que resta dessa festa: com expectativa frustrada por show, prefeito MB garante “outdoor comemorativo e alvorada” para comemorar os 163 anos de Ipirá

Economia e gastos com carro-pipa inviabilizaram a micareta desse ano, de acordo com MB: “não seria lógico fazer um arremedo no dia do aniversário da cidade”


Na próxima sexta, dia 20, Ipirá completa 163 anos de emancipação política, e para festejar essa marca, o prefeito Marcelo Brandão confirmou outdoor comemorativo e a já tradicional alvorada, com fogos de artifício. MB resolveu confirmar hoje, 18, o que já era esperado: não haverá apresentação de bandas pelas ruas da cidade.

O prefeito falou em economia e gastos com carro-pipa para a não realização da micareta. E agora, de acordo com ele, “não seria lógico fazer um arremedo no dia do aniversário da cidade”. O foco foi direcionado para a ExpoIpirá, que acontece entre os dias 01 e 03 de junho.

Ano passado a cidade comemorou seu aniversário com uma boa micareta, que durou 3 dias. Bell Marques (imagem), Psirico e Jammil foram as grandes atrações que passaram por aqui.




Por Diogo Souza



terça-feira, 17 de abril de 2018

E aí, é ‘nóis’! Depois de ‘nóis’... não há garantia que seja de novo

Com candidato ao governo do estado definido, Ipirá precisa se lançar por reconhecimento e maiores investimentos

Lançamento da pedra fundamental do Centro de Formação Profissional (CFP) / SENAI-BA em 22.02.17




Em visita a Ipirá, na comitiva de Paulo Souto, durante as eleições de 2014


José Ronaldo (DEM) é o nome que a atual administração de Ipirá vai tentar incutir na cabeça dos populares, notadamente os adeptos da “Jacuzada”, para governar o estado nos próximos 4 anos. Queixoso e ligeiramente agradecido ao que foi oferecido até então por Rui Costa (PT), o prefeito Marcelo Brandão (DEM) tem no amigo que administrou a vizinha cidade de Feira de Santana, com popularidade em nível muito bom, diga-se de passagem, a esperança de colocar Ipirá num nível próximo daquilo que prometeu.

Embora já seja visível o sinal de fadiga, pelas escolhas equivocadas e medidas contraditórias, adotadas nesses 15 meses de gestão, MB diz ter tempo para cumprir seu plano de governo.

Para isso, terá que recorrer com maior frequência ao capacete, e mover as peças do jogo eleitoral com maior diligência. A oposição, no mês passado, tocou fogos e apresentou Otto Alencar (pai e filho) e Jurandy Oliveira para as próximas eleições, 4 dias antes de trazer também o atual governador Rui Costa , para fazer alguns anúncios de obras e entrega de outras.

Já a situação pouco fala a respeito de nomes e menos ainda sobre algum movimento semelhante ao já feito pela “Macacada”, para melhor situar seu eleitorado, ressabiado com a escusa de ACM Neto, que segundo olhar dos analistas políticos, seria o principal oponente a enfrentar o atual governador, em sua disputa pela reeleição.

Cerimônia em que anunciou sua candidatura, no último dia 07
Em coletiva de imprensa, no último dia 7, na ocasião do anúncio de sua candidatura, José Ronaldo disse que a decisão tinha sido tomada nos últimos momentos, após diversas conversas e reuniões. Afirmou também que todos sabem que estava trabalhando com a hipótese de ser candidato ao senado, e que o maior desafio será visitar os 417 municípios baianos.



Por Diogo Souza

segunda-feira, 16 de abril de 2018

'Cometi um erro, mas não cometi crime', diz Aécio

Senador diz que teve 'conversa infeliz' com Joesley Batista



Na véspera do julgamento da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), que poderá convertê-lo pela primeira vez em réu, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) concedeu entrevista coletiva em Brasília para apresentar os argumentos de sua defesa. Alvo de nove inquéritos no Supremo, Aécio se diz vítima de um “tsunami de versões” que, na avaliação dele, foram criadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) para prejudicá-lo. Ao lado dos advogados, o senador mineiro disse que receberá a decisão do Supremo com serenidade e afirmou que irá lutar no processo com as armas que tem: “fatos e a verdade”.


Na tarde desta terça-feira, os ministros da Primeira Turma do Supremo vão analisar se deve ser convertida em ação penal a denúncia apresentada pela PGR no inquérito que investiga se o tucano recebeu propina de R$ 2 milhões da JBS. Aécio também é acusado de atrapalhar as investigações da Operação Lava-Jato. Para que as apurações sigam adiante e o senador se torne réu, ao menos três dos cinco ministros da turma devem concordar que há elementos mínimos na denúncia.


— As armas que tenho são fatos e verdades contra o tsunami de versões que vem me atingindo e tomando conta dos meios de comunicação a respeito da delação da JBS. O que tenho ao meu lado é a verdade e fatos — disse Aécio.

Aécio classificou de uma “conversa infeliz” o encontro que teve com Joesley Batista no dia 24 de março de 2017, no Hotel Unique, em São Paulo, quando foi gravado pelo empresário pedindo R$ 2 milhões. O tucano reafirmou que a conversa revela tratativas privadas, sem envolver dinheiro público.


— Não serão 20 minutos de uma conversa infeliz que vão definir minha história. Minha história será definida pelos 32 anos de mandato servindo o meu estado — disse Aécio.

Aécio foi denunciado em junho do ano passado pelo então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, por corrupção passiva e obstrução de justiça. O senador nega as acusações. Também respondem por corrupção passiva outros três investigados no mesmo inquérito: Andrea Neves, irmã do senador; Frederico Pacheco, primo deles; e Mendherson Souza Lima, ex-assessor parlamentar do senador Zezé Perrella (PMDB-MG).



Se a ação penal for aberta, será inaugurada uma nova fase de apurações, com produção de provas e oitiva de depoimentos. Somente depois o STF julgará se Aécio é culpado ou não. Em caso de condenação, Janot pediu que Aécio e Andrea Neves paguem R$ 6 milhões aos cofres públicos: R$ 2 milhões são o valor da propina os outros R$ 4 milhões dizem respeito a danos morais, uma vez que houve “lesões à ordem econômica, à administração da justiça e à administração pública, inclusive à respeitabilidade do parlamento perante a sociedade brasileira”. A PGR também quer que seja decretada a perda do cargo de senador.



'NINGUÉM FOI LESADO'

Sobre a denúncia de obstrução de Justiça na votação da Lei de Abuso de Autoridade, disse que votou como votaram outros 60 senadores. Com uma diferença: apresentou uma emenda que atendia o pleito do Ministério Público para clarear o crime de hermenêutica.

— Não há nas conversas privadas, gravadas, nada que vá nessa direção de obstrução. Estou sendo acusado pelo voto que dei e opiniões que externei — disse.

Durante a coletiva, o senador tucano falou do que considera ser uma “série de irregularidades no processo”. O senador negou que tenha cometido algum crime ao procurar o empresário Joesley Batista para pedir dinheiro.

— Cometi um erro, mas não cometi crime. Não teve dinheiro público, ninguém foi lesado, só minha família — completou.

O senador criticou o fato de o ministro Edson Fachin, relator da Lava-Jato no STF, ter sido designado relator do seu caso. Aécio acusou a PGR de “falsear” informações para direcionar o caso ao ministro, o que, na avaliação de Aécio, acabou lhe prejudicando.

— O que faz a Procuradoria-Geral da República? Ela falseia uma informação, ela cria um vínculo inexistente desses fatos específicos com outros que envolviam o senhor Fábio Cleto (ex-vice-presidente da Caixa Econômica Federal, que operava para favorecer políticos do PMDB no banco), outros parlamentares do PMDB, que nenhuma relação, em nenhum momento tiveram comigo, para justificar a escolha do ministro Fachin como relator dessas cautelares. Cinquenta dias depois, Fachin reconhece que não era relator natural da causa. Mas nesses 50 dias as medidas mais graves foram tomadas por um juiz que não era juiz natural da causa. Algo absurdo! Afastamento do mandato e prisão de familiares — disse Aécio.


CANDIDATURA NÃO ESTÁ DEFINIDA

Ao analisar potenciais consequências eleitorais da decisão da Primeira Turma, Aécio disse que, se for transformado em réu, isso não significará que seja culpado ao final do processo. Sobre sua candidatura à reeleição ao Senado, ele disse que ainda irá conversar com seu grupo político.

— Ninguém transformado em réu é culpado a priori, ainda mais com a fragilidade dessas acusações. Qualquer perícia técnica vai provar que foi uma grande armação do senhor Joesley. Ficarei firme para me defender. Mas decisão de candidatura ficará a cargo do meu campo político — disse.

Aécio também disse que não procede a informação de que os R$60 milhões doados de forma “legal e registrada” pelo Grupo JBS ao PSDB tenham sido propina, já que seu partido estava na oposição e não tinha força no governo para oferecer uma contrapartida. Diz que o dinheiro foi destinado a financiar campanhas nos estados.

— Os próprios delatores, em gravações, dizem: o senador Aécio Neves nunca fez nada pela gente. Encontrou-se uma liberação de R$24 milhões de ICMS do governo de Minas. Que dizer que vão pagar propina de R$60 milhões para receber R$24 milhões? O mais grave, os delatores disseram que não receberam esses R$24 milhões de um governo que eu não fazia parte — disse Aécio.



Fonte: O GLOBO

Pacote de medidas de combate à corrupção está aberto a consulta pública



Segundo o representante da Transparência Internacional no Brasil, Bruno Brandão, o pacote tem maior envergadura que o anterior devido ao momento histórico que o país tem vivido.


Está em consulta pública até o fim deste mês um novo pacote de medidas de combate à corrupção, elaborado pela organização Transparência Internacional em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV). As medidas são baseadas na experiência de enfrentamento à corrupção de 100 países e podem ser consultadas pelo público por meio da plataforma Wikilegis.

Considerado pela Transparência Internacional, organização que divulga anualmente o Índice de Percepção de Corrupção, como o maior pacote anticorrupção do mundo, o novo conjunto de medidas tem mais de 80 sugestões de proposições legislativas, como emendas constitucionais e projetos de lei.

Entre os temas colocados em debate estão a redução do foro privilegiado, criminalização do chamado caixa 2, além da criação de um Sistema Nacional de Combate à Corrupção e Controle Social e de facilitadores para a participação popular no processo de produção das leis.

Também estão sob consulta a regulamentação do lobby, a possibilidade de aplicação da lei da ficha limpa para servidores públicos, autorização da prisão preventiva de parlamentares, criminalização do enriquecimento ilícito de agentes públicos, definição dos crimes de abuso de autoridade e estabelecimento de condições para regular a circulação de dinheiro em espécie.

O público também poderá opinar sobre a proposta de estabelecer um teto para o autofinanciamento em campanhas e sobre a extinção do novo fundo de financiamento eleitoral. Pelas propostas em consulta, os partidos políticos poderão ser mais responsabilizados ao serem submetidos à legislação que trata de lavagem de dinheiro e na que determina transparência no acesso à informação, por exemplo.

Outros pontos como a proteção de denunciantes de boa-fé, definição de corrupção privada como crime, maior transparência na seleção de ministros dos tribunais de contas e a criação de um gatilho de eficiência para garantir duração razoável do processo judiciário também foram incluídos no pacote.


Histórico

A apresentação das novas medidas dá continuidade de forma ampliada à mobilização iniciada há três anos com a coleta de mais de 2 milhões de assinaturas em favor da proposta de iniciativa popular com 10 medidas anticorrupção. O chamado pacote das dez medidas, elaborado pelo Ministério Público Federal, foi apresentado ao Congresso Nacional em março de 2016.

Ainda naquele ano, o plenário da Câmara aprovou o projeto durante uma madrugada conturbada. Contudo, os deputados retiraram do texto as principais mudanças previstas na proposta original, fato que motivou a reação de várias instituições.

O novo pacote começou a ser elaborado há um ano com apoio de mais de 300 instituições e apresenta as medidas consideradas prioritárias por especialistas nas áreas de prevenção e repressão à corrupção. Alguns dos temas criticados pela sociedade no pacote anterior foram removidos e outras abordagens foram incluídas, principalmente com foco na transparência e no controle social.

Segundo as instituições envolvidas na organização da consulta pública, a nova agenda pretende ampliar a discussão para além das questões circunstanciais da política e apresentar soluções estruturais para um problema sistêmico.

“Esse nosso projeto abre esse espaço de construção coletiva de ideias e projetos de lei. A gente tem quase 100 especialistas envolvidos, sem contar todos os outros indivíduos que vão contribuir na plataforma. Então, é um projeto de construção coletiva de uma agenda muito importante para o país que é a da anticorrupção.”, disse Michael Freitas Mohallem, professor da FGV Direito Rio e coordenador do Centro de Justiça e Sociedade.


Debate eleitoral

Segundo o representante da Transparência Internacional no Brasil, Bruno Brandão, o pacote tem maior envergadura que o anterior devido ao momento histórico que o país tem vivido. E um dos principais objetivos da iniciativa é incluir os temas do pacote no debate eleitoral deste ano.

“Se tem um momento para ser ambicioso, para o país ter a ambição de mudar de patamar, de transformação qualitativa no combate e controle da corrupção, se existe um momento para ser ambicioso é agora, e talvez o último em algum tempo. Já existe uma fadiga, uma descrença, uma divisão do país, então, [a corrupção] ainda é o tema número um do debate público”, avalia.

Passada a etapa de consulta pública, a estratégia da organização é apresentar o pacote para candidatos e tentar angariar apoio deles para a apresentação das propostas no Congresso Nacional a partir de 2019.

“O foco é a adesão dos candidatos assinando um compromisso com esse pacote, para que ele seja colocado em votação já no início da próxima legislatura em 2019. Nós vamos buscar os candidatos para a Câmara dos Deputados e o Senado Federal, um a um, e fazer um trabalho de convencimento e advocacy para que possam aderir a esse pacote”, explica Brandão.

Ele esclarece que o candidato poderá apresentar suas ressalvas ao pacote, mas a ideia é encontrar entre os aspirantes a um cargo no Parlamento defensores que se manifestem publicamente em favor de mudanças na legislação de combate à corrupção no país. Os eleitores também serão alvo de campanhas de estímulo ao debate das questões propostas no pacote.

Uma das organizações que participarão da mobilização dos candidatos e dos eleitores é o Instituto Mude, que tem disponibilizado cursos online de cidadania para formar potenciais multiplicadores dos temas contidos nas medidas. O objetivo é promover a discussão do tema no dia a dia e orientar os eleitores sobre candidatos investigados por envolvimento em irregularidades.

“Trabalhamos nas dez medidas e entendemos que foi um passo e que a sociedade aprendeu com o processo como um todo. Agora, essa oportunidade de novas medidas é uma nova esperança, uma nova possibilidade. [O período eleitoral] é um momento propício, porque é uma oportunidade que a população está aberta para o tema corrupção. As pessoas querem saber, querem se informar e cobrar. Tomara que no processo de voto seja considerado de fato essas questões mais objetivas de combate à corrupção”, ressalta Patrícia Alves, uma das porta-vozes do Instituto Mude.

A consulta pública ficará aberta até 30 de abril.

Fonte: Agência Brasil

segunda-feira, 9 de abril de 2018

Lado a lado: com desistência de ACM Neto em cenário aparentemente adverso, MB deve aliar-se ao ‘vizinho’ José Ronaldo por melhor visibilidade a nível de estado




Na manhã do último sábado, 07, o nome do prefeito de Feira de Santana, José Ronaldo de Carvalho, foi anunciado oficialmente como candidato ao Governo do Estado, nas eleições desse ano. O anúncio foi feito em cerimônia na Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL), em Feira, e reuniu várias lideranças políticas.

Para José Ronaldo, a decisão não foi fácil. Foram diversas reuniões e conversas, e somente nos últimos momentos, teve que definir. “Na hora que Neto não assumiu a candidatura por suas razões, eu passei a ficar esses três dias numa reflexão. Todos sabem que eu estava trabalhando numa hipótese de ser candidato ao senado, então para essa mudança, eu tive que analisar muito”, afirmou em coletiva, no último sábado.

O maior desafio, de acordo com José Ronaldo, “será visitar os 417 municípios do estado da Bahia”. Com popularidade em alta no governo da segunda maior cidade do estado, Ronaldo larga atrás em termos de visibilidade conferida pelas raízes carlistas, as quais ACM Neto conhece bem. Daí sua confissão de que o desafio é justamente ir ao encontro das pessoas.

O atual prefeito da capital, ACM Neto, esteve presente à cerimônia para anúncio do nome de José Ronaldo e afirmou que o mesmo está preparado para essa candidatura e para assumir o governo da Bahia. “Eu disse: ‘Zé, agora é sua hora, você se preparou para isso’”.


Presença em Ipirá

José Ronaldo é uma figura pública acostumada a transitar pela cidade de Ipirá, sempre que acontece alguma cerimônia que reúna as lideranças políticas da região, ligadas ao seu partido, o DEM. Foi o caso do lançamento da pedra fundamental no início das obras do Centro de Formação Profissional (CFP), através do SENAI-BA, no dia 22 de fevereiro de 2017.

Já no dia seguinte ao da visita do governador Rui Costa a Ipirá, em 21 de março desse ano, José Ronaldo concedeu entrevista ao programa Conexão Chapada e aproveitou para alfinetar. “É extremamente importante que o povo veja aqueles que têm propostas que não sejam promessas faraônicas, cheias de mentiras, que prometeram há quatro anos e não realizaram, e agora ficam visitando aqui, ali e acolá, levando migalhas, coisas pequenas, só com o objetivo de dizer que está visitando uma grande quantidade de cidades”, disse na ocasião. 

O prefeito Marcelo Brandão disse na última sexta, 06, estar “peitando a crise, com ajuda insuficiente do Estado”. Mas agradeceu, timidamente, o que o governador apresentou em sua última visita, em 21 de março passado. “Com as carências do município e pela falta de infraestrutura que encontramos, qualquer benefício é muito bem-vindo. Agradeço a visita do governador e os benefícios anunciados”, postou à época.

Ainda que carismático e efetivo em realizações na Princesa do Sertão (Feira de Santana), é quase unanimidade entre analistas Bahia afora, o fato de que ainda não possui lastro necessário para atrapalhar os planos de continuidade (reeleição) do governo Rui Costa. Mesmo assim, um pacto será por certo estabelecido entre os quase ‘vizinhos’ Marcelo Brandão e José Ronaldo. Visibilidade positiva ao que governa (com projetos futuros), e votos de apoio ao que pretende governar (por fidelidade partidária / grupal). Isso também será a tônica do acordo.


Por Diogo Souza