Das
recordações de criança, com brincadeiras em período de férias escolares, na casa
de sua avó, aqui em Ipirá, até os dias de hoje, muita coisa foi vivenciada pelo
novo major da 98a Companhia de Polícia
de Ipirá, Giliam Silva. Ele é natural de Salvador e desenvolveu seu último
trabalho na cidade de Barreiras, no oeste da Bahia, mas tem raízes em seu novo
local de trabalho. Há quase um mês em Ipirá, ele agora se depara com uma
realidade bastante diferente e desafiadora.
Segundo
o major, ele chega para assumir as diretrizes da instituição, bem como as
diretrizes do comando regional, na pessoa do coronel Marcelo Pinto. O major
Giliam Silva emprega um discurso de somatório de forças para se alcançar uma
segurança pública em sua plenitude.
De
acordo com ele, o problema com as drogas, juntamente com a desestruturação de
algumas instituições, fazem cair por terra paradigmas que contribuem na
formação do homem como ser social. “Hoje, a família perdeu o papel de socializar
o indivíduo, muitas vezes por causa da globalização”, avalia, tratando de influências
cada vez maiores mundo afora, para além da referência nuclear de pai e mãe. Para
ele, muitos dos problemas ocasionados por essa desestruturação, desaguam no
sistema de segurança pública e proteção social.
De
antemão, o major diagnosticou algumas situações que se tornam desafios para
enfrentar. Ele apontou uma série de lacunas para a realização de um trabalho
que possa apresentar melhores resultados, e disse que iria tentar, junto ao
poder público municipal, judiciário, polícia civil, Detran e demais órgãos, medidas
para que a segurança pública chegue a níveis aceitáveis para a população. Silva
também realçou o papel do trabalho em parceria com a imprensa para se chegar às
diversas camadas sociais, conscientizando as pessoas e consequentemente
refletindo em maior eficiência das ações da força policial.
O
major disse estar, nesse momento, estabelecendo a política de proximidade com
diversos órgãos, visando uma segurança mais promissora para a comunidade. E
como parte dessa rede de parceria, revelou ter tido uma conversa com o prefeito
Thiago do Vale, na qual expôs a situação da sede da companhia, que não apresenta
condições sanitárias condizentes e, portanto, pediu a mudança. Ouviu a resposta
em tom positivo, que haveria nesse primeiro momento uma mudança para um local
mais digno.
Silva
disse ter um projeto para sede própria, a ser implantada daqui a dois ou três
anos, que vai levar ao governo do estado, e vai possibilitar à comunidade estar
mais perto.
Ainda
nessa seara das melhorias estruturais, o major citou algumas lacunas que
entende como importante a existência para maior êxito do trabalho policial:
cidade com mais de 50 mil habitantes sem monitoramento por câmeras, o que
traria uma sensação de maior segurança; ausência de serviço de urgência e
emergência, o que faria desonerar a polícia militar em algumas atribuições, como lidar com algum sujeito em surto, por
exemplo; trânsito municipalizado, mas que não funciona; guarda pública
municipal; falta de um plantão central da polícia civil nos finais de semana; sala
de aula e alojamento para abrigar núcleo de formação de policiais para aumentar
o efetivo, com mais gente dessa mesma região; equipe estruturada de bombeiros,
para combate a incêndios, por exemplo; e secretaria municipal de meio ambiente para
zelar por uma natureza mais equilibrada, sem poluição sonora, com controle de
crimes contra o ambiente e até mesmo contra animais.
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