Liro, capitão da seleção de Ipirá, diz que não há nada perdido ainda e demonstra confiança na classificação: “Só depende da gente”

Por Diogo Souza / Siga o blog no Instagram: @midiaipira

Do alto de seus 37 anos, com 15 atuando no futebol ipiraense, passagens por times como Bahia, Vila Nova e Vitória, 4 anos de intermunicipal com a seleção ipiraense, Murilo de Jesus, Liro como é popularmente conhecido, é uma das vozes de experiência nesse grupo de garotos da terra, que elevaram Ipirá a um patamar futebolístico há muito não vivenciado. O volante que veste a camisa 5 e carrega a faixa de capitão revela, em tom sereno, confiança para o segundo duelo contra Castro Alves.

Num papo sobre o momento da seleção, Liro fala com tranquilidade sobre a possibilidade real de classificação de Ipirá, na casa do adversário, no próximo domingo, 29. O revés na última partida, jogando em casa, diante de uma eufórica torcida, não diminuiu as esperanças do capitão para o jogo da volta, isso porque, de acordo com sua análise, Ipirá foi bem melhor, mesmo depois de passar a jogar com um jogador a menos.

“Não tem nada perdido ainda, da mesma forma que eles ganharam da gente aqui, nós podemos ganhar deles lá. O ruim era se fosse só um jogo, aí estaríamos fora da competição. Mas graças a Deus tem o jogo da volta, agora só depende da gente. Focar durante a semana, trabalhar forte, com cabeça erguida, e seja o que Deus quiser. Nós vamos trazer essa classificação de lá, com fé em Deus”, disse o confiante capitão.

Uma grande confusão, iniciada aos 10 min do segundo tempo, quando Ipirá já estava perdendo por 1 x 0, deixou a seleção da casa com um jogador a menos. A montanha parecia mais difícil a ser escalada. Entretanto, Ipirá não sentiu o golpe, a disposição invocada para suprir o homem a menos, colocou Ipirá numa condição ainda mais agressiva em campo. Castro Alves não encontrava meios para ampliar a vantagem, Ipirá dominava as ações.

“A gente tem que ser inteligente agora, não entrar na onda dos caras, eu tenho certeza que eles vão querer provocar para ganhar mais tempo. É como falei, não tem nada perdido ainda, a gente já conhece a seleção, já sabe onde é o ponto forte deles. O que tinha de errar, a gente já errou” advertiu Liro.

O camisa 5 da seleção deu razão aos protestos da torcida, no tocante às polêmicas do jogo. “A torcida tá no direito dela, está ali para cobrar e questionar os erros. O árbitro errou num pênalti a favor de Ipirá, ele não marcou. A gente já tinha perdido um jogador (o zagueiro Yão), a partir desse momento melhoramos bastante. Perdíamos por 1 x 0, corremos atrás e empatamos. Em seguida foi o lance do pênalti, claríssimo, onde poderíamos virar a partida. Infelizmente não foi marcado. Mas não tem nada perdido, tem o segundo jogo”, pontuou.

Liro entende que isso ficou lá atrás, e insiste no foco para a volta. “O que passou, passou. Agora é treinar bastante durante a semana para fazer um bom jogo lá e sair com a classificação”.

Questionado sobre a força de Castro Alves e as dificuldades que a seleção de Ipirá enfrentaria, Liro manteve o tom positivo. “A seleção jogou muito bem, muito mesmo. Apesar de ter tomado os gols em duas falhas nossas, em momento nenhum eles criaram chances de gols. Fizeram as que acharam”, lembrou.

Sobre o papel de liderança em meio aos jogadores dessa renovada seleção, ele diz se sentir feliz demais em fazer parte novamente do grupo e de ser um líder dentro de campo, passando um pouco de sua experiência para os colegas.

Por fim, Liro enxerga ser viável uma mudança no formato do campeonato municipal de Ipirá, após essa campanha extraordinária que a seleção tem feito no Intermunicipal, só com jogadores do município. O garimpo feito pela comissão técnica pode surtir efeitos. O próprio Dum, presidente da LIDI (Liga Desportiva Ipiraense), havia dito em entrevista anterior, que poderia se fazer um outro grupo de jogadores para representar a cidade, só com jogadores daqui.

“Acredito que deve mudar muita coisa no campeonato municipal ipiraense, no próximo ano. Na verdade, falta um pouco mais de oportunidade para esses meninos que vêm surgindo aí no futebol ipiraense, que eles (clubes) não dão. Tenho certeza que se eles dessem oportunidade para esses meninos, não tinha precisão nenhuma de trazer ninguém de fora, essa é a verdade. Por isso eles brigam para trazer jogador de fora. Mas, na minha visão, não tinha precisão de jogador de fora, Ipirá tem jogador suficiente pra isso”, opinou o capitão da seleção.

No futebol, o imponderável sempre dar as caras. Cada jogo é um jogo, com histórias diferentes. A seleção largou em desvantagem ao ser vencida dentro de casa, mas saiu vitoriosa no aspecto moral, porque foi melhor durante a partida, de modo geral, mesmo jogando com um jogador a menos. Como diz Liro, ainda não há nada perdido, existem mais 90 minutos pela frente, a semana está aí para recuperar, treinar e entender onde aconteceram os erros, para que não se repitam. Diante do que tem acontecido até aqui com esse grupo, confiança é a palavra de ordem que move sua entusiasmada torcida. Avante Ipirá!