BRASIL
Especialista diz que sociedade precisa estar preparada para viver com menos água
O especialista lembrou que o Brasil sempre chamou a atenção do mundo em razão do volume de água doce acumulada.
Agência Brasil - O
diretor-presidente da Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento do
Distrito Federal (Adasa), Paulo Salles, disse hoje (19) que a sociedade precisa
estar preparada para viver com menos água e que isso implica, do ponto de vista
tecnológico, na aposta em técnicas de reúso da água. Durante palestra na
Empresa Brasil de Comunicação (EBC), o biólogo falou sobre os preparativos para
o 8º Fórum Mundial da Água, que ocorrerá em Brasília de 18 a 23 de março.
“Precisamos rever nossos
conceitos com relação ao uso da água e com relação à maneira como estamos
tratando os recursos naturais que garantem a permanência da água nos
ecossistemas. É um processo educacional que já vem sendo feito e acredito que
esses momentos de dificuldade que estamos vivendo estimulam ainda mais nosso
empenho no sentido de mudar essa cultura e tornar a população mais
bem-educada”, disse Salles ao se referir à crise hídrica em parte do país.
Além da necessidade de se avançar
em técnicas de reúso, Salles também defendeu a busca por outras fontes de
abastecimento, como a dessalinização da água do mar em cidades litorâneas e,
particularmente, no Nordeste brasileiro. “A água está presente em todas as
atividades humanas, inclusive nas atividades econômicas. E o fórum vai tratar
um pouco de cada coisa. Não é um evento científico nem organizado
exclusivamente pra governo ou sociedade civil. É uma plataforma que vai abordar
todos esses assuntos numa perspectiva diversificada, para atender a todos os
públicos”.
O especialista lembrou que o
Brasil sempre chamou a atenção do mundo em razão do volume de água doce
acumulada. Para ele, o país tem também uma legislação avançada e instituições
com bom desempenho no setor. “Já temos um protagonismo. Com a realização do
fórum em Brasília, neste momento em que a crise é tida como mundial, temos uma
oportunidade muito grande de reafirmar os nossos compromissos, valores e
ideias, compartilhar aquilo que temos de boas práticas e aprender as soluções
já testadas e aprovadas em outros países”.
Hemisfério Sul
Essa é a primeira vez que o Fórum
Mundial da Água será realizado no Hemisfério Sul. O tema da oitava edição,
Compartilhando Água, será debatido por representantes de governos, da sociedade
civil, de empresas públicas e privadas e de organizações não governamentais de
diversos países.
A organização espera receber mais
de 60 chefes de Estado em Brasília, além de especialistas internacionais. Na
programação, estão previstos mais de 200 debates e atividades educativas,
informativas e culturais.
Espaço gratuito
Na edição de Brasília, o evento
vai contar com um espaço gratuito, chamado Vila Cidadã, uma espécie de arena de
debates, palestras, exposições, cinema, artesanato, bate-papos e espaço
gourmet. A estrutura ficará montada no Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha,
próximo ao Centro de Convenções Ulysses Guimarães.
O 8º Fórum Mundial da Água é
organizado pelo Conselho Mundial da Água, pelo governo de Brasília, representado
pela Adasa, e pelo Ministério do Meio Ambiente, representado pela Agência
Nacional das Águas (ANA).
Criado em 1996 pelo Conselho
Mundial da Água, o fórum foi idealizado para estabelecer compromissos políticos
acerca dos recursos hídricos. O evento ocorre a cada três anos e já passou por
Daegu, na Coreia do Sul (2015); Marselha, na França (2012); Istambul, na
Turquia (2009); Cidade do México, no México (2006); Quioto, no Japão (2003);
Haia, na Holanda (2000); e Marrakesh, no Marrocos (1997).
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