BAHIA| Tragédia em Mar Grande
“O que mais surpreendeu foi a transformação do luto em uma luta”
02/09/2017
Fonte: A TARDE / Felipe Santana
![]() |
O advogado Eduardo Lemos lançou livro em Salvador / Joá Souza - Ag. A TARDE |
Autor do livro A História Não
Contada do Maior Acidente Aéreo da Aviação Brasileira, o advogado Eduardo Lemos
Barbosa falou sobre o lançamento do livro que aborda os bastidores da disputa
judicial empreendida por parentes de parte das 199 vítimas da tragédia ocorrida
em 17 de julho de 2007, envolvendo o avião da TAM, e também sobre a tragédia de
Mar Grande com a lancha Cavalo Marinho I.
O que o levou a escrever o livro intitulado “A História Não Contada do
Maior Acidente Aéreo da Aviação Brasileira”?
Após assumir o caso de 12
famílias, a história de vida, luta e superação de todas elas fez com que eu
reunisse todos os fatos até o fim do processo e escrevesse o livro.
Neste livro, o senhor afirma trazer fatos surpreendentes sobre o acidente
da TAM. Entre todos, qual destacaria?
O que mais me surpreendeu foi a
união das famílias. Na verdade, elas transformaram o luto em uma luta. Eram
pessoas abaladas emocionalmente e elas conseguiram se unir, formaram uma
associação e lutaram contra entidades fortes, entre elas, a seguradora, a TAM e
a Infraero.
No caso da embarcação que fazia a travessia Mar Grande-Salvador que
acabou matando 19 pessoas, o senhor acredita que a indenização é um caminho
para a reparação?
A indenização melhora um pouco a
vida dos familiares, até porque muitos dependiam das vítimas. Entretanto, em
casos como esse, é necessária a união de todos, não só para a indenização, mas
também para o apoio emocional.
Os familiares precisam reunir algum tipo de prova para receber o
benefício da indenização?
O fato consumado respondeu por
si, ou seja, os familiares não precisam apresentar provas porque o acidente foi
visível. O que eles têm para provar são os documentos ou ganho da vítima para
receber a indenização. As famílias já podem entrar com uma ação na Justiça,
principalmente por danos materiais.
É possível estimar quanto cada uma dessas famílias pode ganhar, caso
sejam indenizadas?
Isso depende muito do andamento
do processo, entretanto as famílias têm que receber de imediato o DPEM [seguro
obrigatório de embarcações], que é o seguro obrigatório de danos pessoais
causados por embarcações, que garante que cada uma das famílias tem que receber
pela seguradora o valor de R$ 13.500, independentemente de qualquer coisa.
No livro, o senhor fala sobre a importância que a Associação das Famílias
Vítimas do Voo da TAM (Afavitam) teve para essas famílias. No caso da tragédia
ocorrida em Mar Grande, acharia importante criar uma associação?
É importante que as famílias se unam, isso já
seria um grande passo, o início do processo. Agregando um movimento eles teriam
mais força para punir o causador do acidente e possibilitar a indenização que
eles têm por direito.
Nenhum comentário:
Postar um comentário