SAÚDE
Campanha de Multivacinação começa nesta segunda
O Calendário Nacional de Vacinação atualmente dispõe de 14 vacinas para crianças e cinco para adolescentes.
A Secretaria da Saúde do Estado
(Sesab) informa que no período de 11 a 22 de setembro estará desenvolvendo a
Campanha Nacional de Multivacinação. O Dia D de Vacinação, dia de mobilização
nacional, será no sábado (16). Nesta campanha, todas as vacinas serão
oferecidas e é importante que crianças e adolescentes sejam levados para
complementar o cartão de vacinação ou tomar uma vacina que ainda não foi
aplicada. O Calendário Nacional de Vacinação atualmente dispõe de 14 vacinas
para crianças e cinco para adolescentes.
Todos os 417 municípios baianos
estarão participando da Campanha Nacional de Multivacinação para a atualização
da Caderneta de Vacinação da Criança e do Adolescente. A população deve ser
dirigir aos postos e centros de saúde municipais, munida da Caderneta de
Vacinação para que as crianças e adolescentes possam ficar imunizados contra as
doenças imunopreveníveis.
De acordo com o Ministério da
Saúde, esta estratégia busca resgatar a população não vacinada ou com esquemas
de vacinação incompletos, tanto na infância como na adolescência, visando
melhorar as coberturas vacinais e assim manter controladas, eliminadas ou
erradicadas as doenças imunopreveníveis no Brasil.
A incidência das doenças
imunopreveníveis mostra que mudanças importantes ocorreram no seu comportamento
com o uso de vacinas e o avanço nas coberturas vacinais. Entretanto, a
heterogeneidade dos resultados dessas coberturas vacinais pode contribuir para
o recrudescimento de doenças e requer, portanto, a adoção de estratégias
adicionais para o resgate e vacinação das crianças e adolescentes ainda não
vacinados.
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Setembro Amarelo alerta para a prevenção ao suicídio
O Setembro Amarelo caminha junto com a campanha Janeiro Branco, que, em um mês em que as pessoas estão mais propensas a renovações, busca vivificar reflexões sobre saúde mental e valorização da vida.
Agência Brasil - Assunto
complexo, o suicídio, que espelha fatores biológicos, genéticos, psicológicos,
sociais e também culturais, tem sido desvendado, nos últimos quatro anos, pela
campanha Setembro Amarelo. Neste ano, como de costume, as atividades de
prevenção e sensibilização incluem caminhadas, veiculação de materiais da
campanha por figuras públicas que abraçam a causa e a decoração e iluminação de
prédios públicos, praças e monumentos com luzes e itens amarelos.
As ações foram iniciadas pela
Associação Internacional para Prevenção do Suicídio (Iasp) e trazidas ao Brasil
pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), pelo Centro de Valorização da
Vida (CVV), referência no atendimento – inclusive remoto – a pessoas em crise,
e pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). O Setembro Amarelo caminha junto com
a campanha Janeiro Branco, que, em um mês em que as pessoas estão mais
propensas a renovações, busca vivificar reflexões sobre saúde mental e
valorização da vida.
A Organização Mundial de Saúde
(OMS) estima que ocorram, no Brasil, 12 mil suicídios por ano. No mundo, são
mais de 800 mil ocorrências, isto é, uma morte por suicídio a cada 40 segundos,
conforme o primeiro relatório mundial sobre o tema, divulgado pela OMS, em
2014.
Em geral, a vontade de acabar com
a própria vida é provocada pela falta absoluta de perspectiva e uma enorme
sensação de desamparo e angústia. O que não se destaca é que, na maioria dos
casos, o radical desejo é gerado por um quadro de transtorno mental tratável,
como depressão, transtorno bipolar afetivo, esquizofrenia, quadros psicóticos
graves e transtornos de personalidade, como o borderline.
“Somente 3% não têm diagnóstico
desses transtornos. Há um alto índice também de histórico de drogas, álcool e
outras substâncias”, diz a psicóloga Fabíola Rottili Brandão.
Fabíola esclarece ainda que,
embora prevaleçam os casos em que preexiste um distúrbio mental, há situações
em que o suicídio pode ser um impulso desencadeado por um infortúnio pontual,
mas que, ainda assim, a pessoa já tem um processo de desorganização interior.
“Em 10% das ocorrências podemos observar essas questões. Pode ser, sim, um caso
de súbita desesperança.”
Para o psiquiatra Régis Barros,
fortalecer-se emocional e mentalmente é como o ser humano resiste às decepções
e contrariedades, comuns a todas as pessoas. “Viver não é uma tarefa simples.
Viver é fabuloso, mas somos sistematicamente testados, colocados à prova,
sofremos com as frustrações do viver. A resiliência é importante para construir
uma habilidade social para a vida”, diz.
Suporte
Barros defende que a sociedade
contemporânea, além da violência, do estresse, da instabilidade econômica e
social, vive um momento de competitividade cada vez maior, que favorece o
adoecimento mental. “O que se vê são relações muito voláteis, famílias
desorganizadas, um mundo social virtual em que o contato e as construções de
relações são muito empobrecidas. Há, cada vez mais, jovens que se frustram mais
precocemente, uma epidemia dos que se automutilam”, explica.
Por isso, poder contar com uma
rede de apoio e, consequentemente, com o acesso ao diálogo é fundamental para
que as pessoas com a chamada “ideação suicida” conquistem o equilíbrio e a
estabilidade emocional garantidos pelo tratamento de psicoterapia e de
medicamentos. Os remédios prescritos por um psiquiatra são essenciais para que
o paciente recobre a ordem neuroquímica, e a terapia, por sua vez, auxilia o
paciente a saber trabalhar suas emoções.
Há alguns sinais que podem ser
identificados por familiares e amigos como sendo de risco, auxiliando no
diagnóstico e, portanto, na assistência. Eles devem compreender que a depressão
e o suicídio não são uma estratégia infantil da pessoa para chamar a atenção,
nem frescura.
Desinteresse pelas atividades que
sempre foram prazerosas, sentimento de inutilidade e de culpa, cansaço extremo,
irritabilidade, dificuldade de concentração e de tomar decisões e até mesmo
falta de higiene com o próprio corpo são comportamentos de alerta. A pessoa
tende também a achar que é um fardo para seus amigos e sua família, pode ter
baixa qualidade de sono e, ainda, perder ou ganhar peso.
“Há isolamento social, quebra no
vínculo familiar, um grande sofrimento psíquico. Mas, às vezes, a pessoa
esconde, coloca uma armadura e se esforça para não parecer doente”, complementa
Fabíola.
Tanto as pessoas mais próximas
como desconhecidos são capazes de acolher e mesmo encaminhar a pessoa
suscetível ao tratamento com os profissionais adequados. De acordo com a
psicóloga, as unidades de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS) carecem de
investimento em medicamentos e psicoterapia. “O tratamento de crise precisa ser
imediato e nem sempre os dispositivos estão preparados para atender o
paciente”, diz Fabíola.
Essa conscientização da família,
denominada psicoeducação, evita, inclusive, a repetição de episódios suicidas.
“As doenças mentais têm componentes biológicos e não biológicos. Você tem
famílias em que o componente é replicado. Mas há uma dificuldade em definir o
que é fator ambiental, o que é herança genética, já que temos o mesmo ambiente,
com as mesmas questões emocionais, que podem retroalimentar o desejo de se
suicidar. O ato de se suicidar não será o ato primário, o primeiro, outros já
aconteceram e podem ser evitados”, esclarece Barros.
Colegas de trabalho também podem
e devem representar um ponto de socorro. “As empresas não estão preparadas para
lidar com essa demanda. Quando tem afastamento do trabalho, existe preconceito.
Os empregadores precisam buscar informações e achar formas de acolher. O
profissional fica estigmatizado. A gente se dedica tanto ao trabalho e não
encontra apoio ali”, pontua Fabíola.
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