Joesley chama Temer de 'ladrão geral da República' e pede respeito à delação premiada
Nota do delator foi divulgada após texto do Palácio do Planalto se referir a ele como 'grampeador-geral da República'
02/09/2017
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Joesley Batista, presidente da JBS - Claudio Belli / Agência O Globo |
BRASÍLIA - Em resposta à nota divulgada na noite de ontem pelo Palácio do Planalto, o
empresário Joesley Batista, da JBS, chamou o presidente Michel Temer de "ladrão
geral da República". Também por meio de nota, o empresário disse que Temer
envergonha o país e pede que ele respeite o instituto da delação premiada.
Em delação, Joesley acusou Temer de se beneficiar de esquema de pagamento de propina e ainda concordar com ajuda financeira para manter o operador Lúcio Funaro em silêncio.
"A colaboração premiada é por lei um direito que o
senhor presidente da República tem por dever respeitar. Atacar os colaboradores
mostra no mínimo a incapacidade do senhor Michel Temer de oferecer defesa dos
crimes que comete. Michel, que se torna ladrão geral da República, envergonha
todos nós brasileiros", diz o empresário, por nota.
Na sexta-feira, a Secretaria de Comunicação do Planalto divulgou nota afirmando que
Joesley era o grampeador-geral da República. A nota, redigida por
conta das notícias de que virá uma segunda denúncia contra Temer, critica o
fato de a JBS ter apresentado novos documentos no acordo de delação feito com o
Ministério Público Federal. "Outro agravante é o fato de o
grampeador-geral da República ter omitido o produto de suas incursões
clandestinas do Ministério Público. No seu gravador, vários outros grampos
foram escondidos e apagados. Joesley mentiu, omitiu e continua tendo o perdão
eterno do procurador-geral. Prêmio igual ou semelhante será dado a um criminoso
ainda mais notório e perigoso como Lúcio Funaro?", diz a nota do Planalto.
A nota forte, fora do padrão das comunicações oficiais do
governo, afirmou que a Procuradoria-Geral da República (PGR) fechou delação com
o doleiro Lucio Funaro por uma "vontade inexorável de perseguir o
presidente".
Além de complicar a
situação do presidente Michel Temer, a delação do doleiro Lúcio Bolonha Funaro deve atingir pelo menos 20
políticos vinculados ao ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Entre os principais alvos, estão os ex-ministros Geddel Vieira Lima (Secretaria
de Governo) e Henrique Eduardo Alves (Turismo), dois dos mais próximos aliados
de Temer. Funaro indicou contas bancárias na quais teriam sido depositadas
propinas para os dois ex-ministros supostamente a mando de Cunha.
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