Caryl Oliveira invoca seu tempo em Ipirá no primeiro discurso na Câmara, em 2018: “Vi os fatos”
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Imagem: Reprodução |
Vereador
e delegado de Ipirá, Caryl Oliveira iniciou seu primeiro discurso do ano fazendo uma contextualização
do cenário político atual. Antes, porém, fez um alerta. “Vinte anos atrás eu
era advogado. O que vou falar aqui não é com procuração de ninguém, então não
posso dizer que estou sendo advogado. Mas eu vi os fatos, e eles falam por si”,
iniciou.
O
vereador fez considerações sobre o tempo do ex-prefeito Diomário. “Oito anos
atrás estava aqui e vi o ex-prefeito assumir a gestão para pagar contas da
gestão anterior. Não sei o que ele fez na gestão dele, sei o que vi e ouvi,
como cidadão. Parece que 3 ou 6 meses de salários e contratos não pagos pelo
ex-prefeito”, ponderou.
Oliveira
também abordou o governo em nível estadual. “Vi Jacques Wagner ser governador
da Bahia. Foi o melhor governador da Bahia, desde que formei em Direito. Ele recuperou
a polícia e o salário do servidor público do estado. Não sou PT, não tenho
nenhum tipo de simpatia por gente que não conheço. Eu vi, como sempre vejo, na
televisão. Vi aqui na cidade de Ipirá. Não sei em quem vou votar para
governador, mas garanto que sou obrigado a reconhecer fatos: foi o melhor governador
que a Bahia já teve”.
O
atual governo de Rui Costa, também foi assunto abordado pelo edil. “Não é meu
amigo, não sou do partido dele, mas tem uma coisa, que eu como cidadão, tenho
que reconhecer: o nome dele não está na lista de Fachin” (ministro relator da
Operação Lava Jato, no Supremo Tribunal Federal). Para o vereador, como
cidadão, isso representa muito, porque está dizendo que ele tem bom
antecedente. “Ninguém pode dizer: ‘Você foi corrupto’”. No entendimento do
vereador, esse é o principal antecedente que tem que se cobrar de todo político
na próxima ou nas próximas eleições.
Ao
longo de seu discurso afirmou, algumas vezes, “reconhecer fatos”. Falou também
sobre o governo federal. “Temer não tornou difícil a vida dos prefeitos do
Brasil. Não. A falta de capacidade da pessoa em ser gestor, foi o que tornou
difícil a gestão dele no ano passado”.
Governo de Ipirá
Após
episódio durante a micareta do ano passado, noticiado e de
conhecimento da população, em que o prefeito precisou ir pessoalmente até a
delegacia local, a relação entre os dois agentes políticos parece ter ficado
enrugada. Mas ambos seguem seus trabalhos, cada um cumprindo com seus
respectivos papéis.
Mercado de Artes
Nesse
seu primeiro discurso, Caryl Oliveira elencou problemas pelos quais a cidade
passa e que é de patente conhecimento da população. “Quando o atual gestor assumiu,
o problema com o Mercado já era visível. O dever dele era consertar. Houve o
abandono. Diversas famílias foram prejudicadas, a sociedade de Ipirá foi
prejudicada”, disse.
Seu
colega de Câmara, e agora líder do governo, Edson Carneiro, popular Suíta, informou
em entrevista na segunda-feira passada, 19, que há garantia de 90% de recursos
para a reforma do Mercado. Recursos que seriam destinados pelo Ministério do
Turismo. Inclusive foi feita uma previsão para início das obras. “Dentro de 60
ou 90 dias”, afirmou Suíta.
Casa dos Estudantes
No
início da gestão, o vereador Caryl Oliveira disse que o alerta sobre a Casa dos
Estudantes, em Salvador, havia sido feito. “Fui no gabinete e alertei ele e
outros vereadores que estavam presentes. Houve o compromisso de que iria fazer alguma
coisa. Não fez nada. A casa caiu, literalmente. Pela mão de Deus não matou
alguém”, lembrou.
O
caso ganhou repercussão a nível de estado, foi noticiado em telejornal (Rede
Bahia), e também em sites da capital. Oliveira criticou a avaliação feita do
imóvel. “Um engenheiro veio aqui (Câmara) e mentiu sobre a Casa dos Estudantes,
dizendo que poderia reformar”. No entanto, segundo o vereador, o próprio engenheiro
tinha deixado claro que não havia nada para reformar. “Tá no laudo dele”,
afirmou.
Caryl
Oliveira, a respeito da retirada dos banheiros na praça, encarou como “ataque, sanha
em destruir com o intuito de se ‘construir palcos’”. Para ele, as festas
realizadas ano passado, mostram claramente que não houve crise econômica em
Ipirá. O vereador considerou que a quantia vultosa utilizada na contratação dos
artistas, poderia ter sido utilizada na compra de merenda escolar, que é de
grande importância para boa parcela das crianças do município, muitas vezes
sendo sua única refeição do dia.
Adicional de insalubridade
O
vereador classificou como “apropriação indébita”, os 20% que deveriam ser pagos
aos funcionários da Saúde (adicional de insalubridade), no final do ano passado.
Ainda de acordo com o edil, essa medida foi tomada para garantir a folha de
pagamento com 13º. “É dever do prefeito pagar em dia, mas para pagar em dia
deve economizar em festas, aumento de salários para os amigos, pagamento de
diárias. O prefeito tem que pagar o salário do servidor que está de segunda a
sexta trabalhando. Isso é o que precisa acontecer em Ipirá, gestão séria. Não
estamos tendo uma gestão séria”, salienta o vereador.
APAE
O
vereador se declara favorável à APAE e acredita na aprovação do projeto,
entretanto, enxerga no mesmo, que foi encaminhado à Câmara pelo Executivo, um
“cheque em branco ao prefeito”. O vereador entende que o projeto faz tudo pela
APAE, mas é um cheque em branco. “Quais são os valores que vamos garantir à
APAE?”, indaga. Conforme diz, é preciso fazer modificações no projeto, colocar
no papel o que será destinado à entidade. Em conversa com seu representante
jurídico, Hugo Oliveira, o vereador solicitou um arcabouço das
necessidades da entidade.
Por Diogo Souza