Governo desiste da votação da Previdência e anuncia nova pauta prioritária no Congresso
Após suspensão da tramitação da reforma da
Previdência, governo vai investir em outros projetos como a privatização da Eletrobrás
e a autonomia do Banco Central.
O
ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, anunciou nesta segunda-feira (19) uma
lista de 15 projetos na área econômica que o governo tentará aprovar no
Congresso Nacional, já que a tramitação
da reforma da Previdência foi suspensa em razão de decreto de
intervenção federal no Rio de Janeiro.
A
legislação proíbe, durante vigência de intervenção federal, a aprovação de
emendas à Constituição. A reforma da Previdência foi apresentada como uma PEC e
a intervenção no Rio, na área de segurança pública, tem previsão de durar até
31 de dezembro deste ano.
O
anúncio foi feito em entrevista concedida no Palácio do Planalto. Entre os
projetos, constam a regulamentação do teto remuneratório, a privatização da Eletrobrás
e a autonomia do Banco Central.
Pauta
prioritária do governo:
- Reforma do
PIS/Cofins e a simplificação tributária
- Autonomia do Banco
Central
- Marco legal de
licitações e contratos
- Nova lei de
finanças públicas
- Regulamentação do
teto remuneratório
- Privatização da
Eletrobras
- Reforço das
agências reguladoras
- Depósitos
voluntários no Banco Central
- Redução da
desoneração da folha
- Programa de
recuperação e melhoria empresarial das estatais
- Cadastro positivo
- Duplicata
eletrônica
- Distrato
- Atualização da Lei
Geral de Telecomunicações
- Extinção do Fundo
Soberano
Além
de Padilha, participaram da entrevista os ministros Henrique Meirelles
(Fazenda), Dyogo Oliveira (Planejamento) e Carlos Marun (Secretaria de
Governo). Os líderes do governo na Câmara, Aguinaldo Ribeiro, no Senado, Romero
Jucá, e no Congresso, André Moura, também participaram.
Segundo
Padilha, o governo definiu a nova pauta a partir das falas dos presidentes da
Câmara, Rodrigo Maia, e do Senado, Eunício Oliveira, sobre a suspensão da tramitação da reforma da
Previdência.
“Tivemos
que concluir que efetivamente não se poderia iniciar a discussão que nós
tínhamos programada para dia 19, a discussão da reforma da Previdência e nem
poderíamos encaminhar votação”, disse Padilha.
Temer
decretou na sexta-feira (16) a intervenção
federal na segurança pública do estado do Rio de Janeiro. Apesar de
já estar em vigor desde sexta, a intervenção precisa ser aprovada pelo
Congresso Nacional. A votação na Câmara está prevista para a noite desta
segunda.
O
decreto assinado por Temer nomeou
o general Walter Braga Netto como interventor, responsável pela
estrutura de segurança do Rio, o que incluí as polícias Civil e Militar, o
Corpo de Bombeiros e o sistema carcerário do estado.
Reforma
adiada
O
ministro Carlos Marun reconheceu a possibilidade de votação da reforma da
Previdência depois da eleição de outubro.
"A
eleição de outubro pode oferecer as condições políticas para que venhamos a
votar a reforma da Previdência", afirmou Marun.
O
ministro Eliseu Padilha negou troca de interesses e disse que o governo não
está fugindo da reforma da Previdência.
"Não
está vinculada a questão da intervenção com a votação. Não houve troca de
interesses. Não houve uma fuga do enfrentamento da votação da reforma",
disse Padilha.
De
acordo com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, a pauta da Previdência
continua "prioritária" e "fundamental".
"A
ideia é que a previdência continua como uma agenda de reforma para o pais e ela
é a mais importante para o setor fiscal", afirmou Meirelles.
Fonte: G1 / Brasília - Guilherme Mazui e Roniara Castilhos
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