quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

Caryl Oliveira invoca seu tempo em Ipirá no primeiro discurso na Câmara, em 2018: “Vi os fatos”



Imagem: Reprodução



Vereador e delegado de Ipirá, Caryl Oliveira iniciou seu primeiro discurso  do ano fazendo uma contextualização do cenário político atual. Antes, porém, fez um alerta. “Vinte anos atrás eu era advogado. O que vou falar aqui não é com procuração de ninguém, então não posso dizer que estou sendo advogado. Mas eu vi os fatos, e eles falam por si”, iniciou.

O vereador fez considerações sobre o tempo do ex-prefeito Diomário. “Oito anos atrás estava aqui e vi o ex-prefeito assumir a gestão para pagar contas da gestão anterior. Não sei o que ele fez na gestão dele, sei o que vi e ouvi, como cidadão. Parece que 3 ou 6 meses de salários e contratos não pagos pelo ex-prefeito”, ponderou.

Oliveira também abordou o governo em nível estadual. “Vi Jacques Wagner ser governador da Bahia. Foi o melhor governador da Bahia, desde que formei em Direito. Ele recuperou a polícia e o salário do servidor público do estado. Não sou PT, não tenho nenhum tipo de simpatia por gente que não conheço. Eu vi, como sempre vejo, na televisão. Vi aqui na cidade de Ipirá. Não sei em quem vou votar para governador, mas garanto que sou obrigado a reconhecer fatos: foi o melhor governador que a Bahia já teve”.

O atual governo de Rui Costa, também foi assunto abordado pelo edil. “Não é meu amigo, não sou do partido dele, mas tem uma coisa, que eu como cidadão, tenho que reconhecer: o nome dele não está na lista de Fachin” (ministro relator da Operação Lava Jato, no Supremo Tribunal Federal). Para o vereador, como cidadão, isso representa muito, porque está dizendo que ele tem bom antecedente. “Ninguém pode dizer: ‘Você foi corrupto’”. No entendimento do vereador, esse é o principal antecedente que tem que se cobrar de todo político na próxima ou nas próximas eleições.

Ao longo de seu discurso afirmou, algumas vezes, “reconhecer fatos”. Falou também sobre o governo federal. “Temer não tornou difícil a vida dos prefeitos do Brasil. Não. A falta de capacidade da pessoa em ser gestor, foi o que tornou difícil a gestão dele no ano passado”.



Governo de Ipirá

Após episódio durante a micareta do ano passado, noticiado e de conhecimento da população, em que o prefeito precisou ir pessoalmente até a delegacia local, a relação entre os dois agentes políticos parece ter ficado enrugada. Mas ambos seguem seus trabalhos, cada um cumprindo com seus respectivos papéis.


Mercado de Artes

Nesse seu primeiro discurso, Caryl Oliveira elencou problemas pelos quais a cidade passa e que é de patente conhecimento da população. “Quando o atual gestor assumiu, o problema com o Mercado já era visível. O dever dele era consertar. Houve o abandono. Diversas famílias foram prejudicadas, a sociedade de Ipirá foi prejudicada”, disse.

Seu colega de Câmara, e agora líder do governo, Edson Carneiro, popular Suíta, informou em entrevista na segunda-feira passada, 19, que há garantia de 90% de recursos para a reforma do Mercado. Recursos que seriam destinados pelo Ministério do Turismo. Inclusive foi feita uma previsão para início das obras. “Dentro de 60 ou 90 dias”, afirmou Suíta.


Casa dos Estudantes

No início da gestão, o vereador Caryl Oliveira disse que o alerta sobre a Casa dos Estudantes, em Salvador, havia sido feito. “Fui no gabinete e alertei ele e outros vereadores que estavam presentes. Houve o compromisso de que iria fazer alguma coisa. Não fez nada. A casa caiu, literalmente. Pela mão de Deus não matou alguém”, lembrou.

O caso ganhou repercussão a nível de estado, foi noticiado em telejornal (Rede Bahia), e também em sites da capital. Oliveira criticou a avaliação feita do imóvel. “Um engenheiro veio aqui (Câmara) e mentiu sobre a Casa dos Estudantes, dizendo que poderia reformar”. No entanto, segundo o vereador, o próprio engenheiro tinha deixado claro que não havia nada para reformar. “Tá no laudo dele”, afirmou.

Caryl Oliveira, a respeito da retirada dos banheiros na praça, encarou como “ataque, sanha em destruir com o intuito de se ‘construir palcos’”. Para ele, as festas realizadas ano passado, mostram claramente que não houve crise econômica em Ipirá. O vereador considerou que a quantia vultosa utilizada na contratação dos artistas, poderia ter sido utilizada na compra de merenda escolar, que é de grande importância para boa parcela das crianças do município, muitas vezes sendo sua única refeição do dia.


Adicional de insalubridade

O vereador classificou como “apropriação indébita”, os 20% que deveriam ser pagos aos funcionários da Saúde (adicional de insalubridade), no final do ano passado. Ainda de acordo com o edil, essa medida foi tomada para garantir a folha de pagamento com 13º. “É dever do prefeito pagar em dia, mas para pagar em dia deve economizar em festas, aumento de salários para os amigos, pagamento de diárias. O prefeito tem que pagar o salário do servidor que está de segunda a sexta trabalhando. Isso é o que precisa acontecer em Ipirá, gestão séria. Não estamos tendo uma gestão séria”, salienta o vereador.


APAE

O vereador se declara favorável à APAE e acredita na aprovação do projeto, entretanto, enxerga no mesmo, que foi encaminhado à Câmara pelo Executivo, um “cheque em branco ao prefeito”. O vereador entende que o projeto faz tudo pela APAE, mas é um cheque em branco. “Quais são os valores que vamos garantir à APAE?”, indaga. Conforme diz, é preciso fazer modificações no projeto, colocar no papel o que será destinado à entidade. Em conversa com seu representante jurídico, Hugo Oliveira, o vereador solicitou um arcabouço das necessidades da entidade.


Por Diogo Souza

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