Ipirá
Conveniências da comunicação local
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Imagem meramente ilustrativa |
As
faculdades de jornalismo ensinam que as fontes são essenciais para a produção
noticiosa. Por meio delas é que se constrói as matérias e toma-se conhecimento
das informações necessárias ao público-alvo dos meios de comunicação, independentemente
de sua real intencionalidade perante os fatos. Sendo assim, o jornalismo
acontece por meio da interação com as fontes, e do que elas tem a dizer sobre
os acontecimentos que as cercam, nos mais variados aspectos da vida social. Se
o jornalista fala sozinho, ele apenas expõe juízo de valor, pois não está
falando com os agentes sociais que se propõem a construir a realidade, ou modificá-la.
Isso serve para lamentar as considerações que seguem.
O
programa institucional da prefeitura de Ipirá, Papo Reto, que vai ao ar às
sextas, às 7h30, desde o início do governo de Marcelo Brandão, tem/teria a pretensão
de “colocar o dedo na ferida”, essa que é uma posição manifestamente citada
pelo gestor municipal.
Entretanto,
nas últimas 6 semanas, desde o dia 19/01, o prefeito compareceu apenas 2 vezes
para gravar suas palavras para a população de Ipirá. No dia 26/01 não teve, no
dia 02/02 foi um bate-papo com o secretário de infraestrutura Frank Jewell,
09/02 não teve, voltou na sexta passada, 16, e hoje, 23, mais uma falta.
Não
que essa mesma população não passe sem sua conversa semanal, mas sim porque o
que ele diz, e no espaço que diz, é consagrado como oficial para quem veicula informações
e produz material jornalístico. Não é só o marketing que entra em questão nessa
hora.
Pode
ser até admissível, mas é incompreensível a escusa ao leito em que foi criado. Fosse
em outra época, na falta de comunicação, o atual gestor municipal diria, de lá
mesmo: “Eles pensam que o povo é bobo, mas o povo não é bobo não!”.
A
outra emissora local, Ipirá AM, que voltou à ativa com dois programas
jornalísticos diários, Canal Aberto às 7h00 e Cidade Agora às 12h,
sistematicamente aborda a falta de regularidade na produção de material informativo
no portal da prefeitura.
Assessoria
de Comunicação, ao contrário do que muitos pensam, não é puramente marketing.
Precisa atentar, também, para o esclarecimento das questões espinhosas. Assessoria
de Comunicação, dentre suas atribuições, preza por ser o canal entre seu
cliente e os meios de comunicação, para o bem e para o mal. Essa é a verdade
inconteste que alguns parecem não saber.
Até
mesmo um preposto da secretaria de Saúde, responsável pelo atendimento ao
público, ao ser acusado, no Conexão Chapada de hoje, de atendimento inadequado
a uma cidadã, prometeu comparecer na segunda para esclarecer o ocorrido. Outros
tantos problemas acontecem na Saúde, Educação e demais secretarias, mas nenhum
dos responsáveis maiores se explica, emite nota, aparece pra entrevista. Desse modo,
o profissional da comunicação vai dizer o que? O seu juízo de valor, a seu
critério.
Mas
porque isso? Por que as redes sociais não dão trégua? Por que alguns dizem que “o
prefeito falou tanto e ainda não está fazendo”? Porque a cidade acompanhou sua atuação cheia
de vivacidade diante do microfone, apontando e criticando os problemas pelos
quais a cidade atravessa, justamente num veículo de informação. No entanto, por
ironia do destino, ou por ação deliberada, a comunicação, sua plataforma, está,
junto a outros setores, aguardando melhorias.
Por Diogo Souza
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