EDUCAÇÃO
Enem pode ser reformulado até 2020
O novo Enem será discutido em seminário com representantes de entidades privadas e do Conselho Nacional de Secretários de Educação, diz a ministra interina Maria Helena Guimarães.
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Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil |
Agência Brasil - O
Brasil poderá ter um novo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em dois anos. A
intenção é que, acompanhando o novo ensino médio, o Enem seja reformulado até
2020, disse a ministra interina da Educação, Maria Helena Guimarães. "Isso
vai precisar ser muito discutido. Parte da avaliação abordará aquilo que compõe
a base comum do ensino médio, e parte do exame, a parte flexível, abordando
tanto itinerário técnico quanto o itinerário formativo", afirmou a
ministra.
Pelo novo ensino médio,
sancionado no ano passado, parte do currículo da etapa de ensino, o equivalente
a 1,8 mil horas deverá ser destinado ao conteúdo da Base Nacional Comum
Curricular [BNCC], ainda em discussão. Segundo Maria Helena, uma nova versão da
BNCC será encaminhada para análise do Conselho Nacional de Educação (CNE) em
março. O restante do tempo, que varia de acordo com a rede de ensino, será
destinado à formação específica. Os estudantes poderão escolher entre o
aprofundamento em linguagens, matemática, ciências da natureza, ciências
humanas ou ensino técnico.
De acordo com a
ministra, a intenção é que a formação dos estudantes seja mais fluida e as
disciplinas, cada vez mais integradas. O desafio do Ministério da Educação
(MEC) será avaliar esse estudante. "É possível ter itinerário formativo
que aborde conhecimento de história, arte e matemática. Por que não?".
O novo Enem deverá ser
discutido em um seminário que o MEC realizará neste mês com entidades privadas
e o Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed). Além do Enem, o
seminário debaterá a proposta de base nacional para o ensino médio.
A ministra interina da
Educação adianta que a formação geral do aluno na área de linguagens, de
matemática, de ciências da natureza e humanas "será muito importante no
novo Enem". O exame é usado atualmente como uma das principais formas de
acesso ao ensino superior público pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu), a
bolsas e financiamento no ensino privado pelo Programa Universidade para Todos
(ProUni) e Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).
Maria Helena participou
hoje (1º) de bate-papo ao vivo pelo Facebook do Serviço Nacional de
Aprendizagem Industrial (Senai). A conversa, mediada pela Agência Brasil,
contou também com participação do diretor-geral do Senai e diretor-superintendente
do Serviço Social da Indústria (Sesi), Rafael Lucchesi.
Segundo a ministra ,
mesmo sem ter ainda uma base nacional aprovada para o ensino médio, algumas
redes de ensino já começaram a implementar as mudanças. Uma das ênfases é na
formação técnica.
Para Lucchesi, esse é
um dos pontos centrais da reforma, que vai qualificar a formação dos
estudantes. "Hoje 82% dos jovens não vão para universidade. Seguramente,
uma educação mais flexível vai ser melhor para o jovem e para o país. Isso melhora
a produtividade e impacta na possibilidade de gerar emprego", afirmou.
Lucchesi ressaltou que,
enquanto em países desenvolvidos cerca de 50% dos jovens têm formação técnica
no ensino médio regular, esse percentual é inferior a 10% no Brasil.
Ensino médio noturno
A formação técnica
deverá ser fortalecida no ensino médio noturno, destacou Maria Helena.
"Não faz mais sentido a pessoa já com mais idade, que gostaria de concluir
o ensino médio com formação técnica, seguir o [ensino] regular quando já tem experiência
de vida." A intenção é que o noturno tenha um currículo mais enxuto, mas
que leve os estudantes "a desenvolver as mesmas competências mais
gerais."
Segundo a ministra
interina, cerca de 20% dos 6,7 milhões de matrículas no ensino médio em escolas
públicas são noturnas. Parte desses estudantes poderia cursar o ensino médio
regular diurno. De acordo com Maria Helena, a intenção é que o noturno seja
voltado aos estudantes que trabalham e não têm condições de cursar a etapa
regularmente.
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